Boteco da Champions: um ano depois e o ‘playboy’ ainda não tem amigos
Olá, amigos do Futeboteco. Depois de um longo inverno, volto com o clássico “Boteco da Champions”. E já que o assunto é retorno, voltemos ao início. Mais precisamente ao meu início nesses quintais. Em meu primeiro texto por aqui, falei sobre o Manchester City e sua relação ainda precoce com a Uefa Champions League, principalmente se tratando do clube não estar devidamente acostumado com o torneio. Como exemplo citei o Chelsea, que “apanhou” bastante até criar uma casca para, finalmente, alcançar a glória e o respeito fora da Inglaterra. Tanto é que conseguiu.
Retornando ao nosso protagonista, um ano se passou e, pela frente, novamente o Barcelona. Novamente nas oitavas.
Em uma temporada sem tanto brilho na Premier League, embora ainda brigue nas cabeças, os Citzens não esperavam enfrentar os catalães logo de cara na fase decisiva. Por incrível que pareça, os mesmos erros cometidos há um ano se repetiram no Etihad Stadium. E eles podem ser traduzidos com uma simples, e significativa, palavra: medo (guardadas as devidas proporções, é claro).
É óbvio que o Barcelona é superior. Porém, esperava-se que a equipe inglesa mostrasse algo a mais em um duelo que não havia novidades. Os dois times se conhecem, são praticamente os mesmos da última temporada. Infelizmente, a postura defensiva, amparada no extremo respeito, se fez presente, minando o ímpeto de vitória. O adeus ao torneio de clubes mais importante do mundo só não teve fim nesta terça por conta do goleirão Joe Hart, que defendeu uma cobrança de Messi ao apagar das luzes.
No mais, a equipe de Luis Enrique mostrou-se superior durante todo os 90 minutos. Destaque especial para outro Luis, o Suárez, que anotou os dois tentos catalães. Messi e Neymar tiveram bom desempenho, sobretudo o argentino. Nem mesmo a penalidade desperdiçada foi capaz de manchar sua boa exibição. Não fez nada de outro mundo, mas foi efetivo, acelerando e cadenciando o ritmo da partida quando preciso. Assim como no passe preciso para Jordi Alba cruzar e encontrar Luizito livre para fazer o 2 a 0 ainda nos primeiros 45′.
Na segunda etapa os donos da casa vieram com tudo e pararam na dupla que estava com tudo. Mascherano e Piqué foram cirúrgicos e excepcionais, desarmando o rápido ataque azul, que contou com o inspirado Kün Aguero, autor do gol que ainda mantém sua equipe respirando por aparelhos para o jogo da volta.
O 1 a 2, teoricamente, é reversível sob a ótica do futebol e sua essência. Porém, a equipe de Manuel Pellegrini terá que jogar tudo o que não jogou em um ano. Ou melhor: tudo o que nunca jogou na Champions League. Caso contrário, o playboy de Manchester continuará sem amigos.