Brasil campeão!
O Brasil está na final da Copa das Confederações. Mas tanto faria se não estivesse. Isso porque a seleção nacional já faturou o torneio antes mesmo dele acabar. Não me refiro, no entanto, ao título em forma de taça dourada.
A única conquista que os donos da casa poderiam ter num torneio que não representa nada era transformar esses 23 jogadores em um time. E o objetivo foi alcançado de uma maneira que não apenas surpreendeu este colunista, como, tenho certeza, surpreendeu tantos outros brasileiros que atuam como técnico da Seleção nas horas vagas.
Hoje, o Brasil tem um goleiro que não tinha quando começou a Copa das Confederações. Tem um camisa 9 que também não tinha antes dela – assim como tem um reserva, Jô, autor de dois gols nos poucos minutos que jogou até aqui. Paulinho não só é titular absoluto como, arrisco a dizer, a principal peça da equipe depois de Neymar. Até os questionáveis Hulk e Luiz Gustavo não são mais tão questionados assim.
Neymar, embora tenha ido mal nesta tarde, contra o encardido e experiente Uruguai, teve personalidade e assumiu a condição de craque do time nas outras partidas. Tanto que ninguém sequer sente falta de Ronaldinho Gaúcho, Kaká ou Pato.
Felipão conseguiu em menos de um semestre o que Mano Menezes não conseguiu em dois anos e três meses: onze titulares e o apoio da torcida.
O treinador pentacampeão mundial em 2002 também descobriu que os tempos não são mais aqueles em que se amarrava cachorro com linguiça e que, portanto, volante goleador não é bom só para a mídia ver.
Tempos em que a população brasileira vai às ruas lutar pelos seus direitos, mesmo que de forma tão impulsiva – e por vezes atabalhoada – quanto a que Scolari comanda sua nova família.
Enfim, nada mais justo que o título deste texto. As conquistas citadas acima são o que verdadeiramente importa, pois visam o que verdadeiramente importa: a Copa do Mundo daqui a um ano.
Claro que é legal ser campeão. Ainda mais se for diante da Espanha. Mas isso será apenas a cereja do bolo.