Análise da 27ª Rodada
Jogos de Sábado (Por Diego Carvalho):
Em seu limite, fora da Libertadores, a não ser que conte com a ajuda de Vasco, Santos ou um possível brasileiro campeão da Sul-americana, os palestrinos têm de permanecer em silêncio, pois não têm o que falar. E, inclusive, Scolari. O América Mineiro, por sua vez, tornou a jogar bem e não vencer. Sobretudo pelo seu péssimo início, será rebaixado.
Fluminense 3 x 2 Santos – Raulino de Oliveira, Volta Redonda (RJ)
O Santos, que esboçou uma arrancada, começa a brecar. Em partida equilibrada com o Fluminense, deixou o empate escapar no último minuto. O destaque positivo vai para o golaço de Rafael Sóbis, que recuperou seu bom futebol nas Laranjeiras. O destaque negativo, para o péssimo gramado do Raulino de Oliveira. Por ora, a missão do Santos é encontrar um bom substituto para Neymar que, convocado para a seleção, não joga a próxima partida contra o Grêmio, em Porto Alegre. Pode ser Rentería, que balançou as redes ontem, em sua estreia. Até a última rodada, a missão do Tricolor é deixar de oscilar. Caso encaixe uma regularidade nessa reta final, leva uma das quatro vagas para a Libertadores de 2012, já que Palmeiras e Inter colaboram e um possível brasileiro campeão da Sul-americana podem vir a ajudar.
Bahia 3 x 2 Avaí – Pituaçu, Salvador (BA)
O Bahia que, na vigésima-sexta rodada, vendeu caro a vitória para o Corinthians, na vigésima-sétima faturou os três pontos graças ao gol da cria do Parque São Jorge, Lulinha. Os baianos não têm elenco para cair e embora, erroneamente, tenham demitido Renê Simões, com Joel Santana não cairão. Em contrapartida, a história do Avaí no campeonato tem desfecho tão certo quanto o do América Mineiro e, após três anos na elite do futebol nacional, os catarinenses retornarão à Série B em 2012.
Jogos de Domingo (Por Gabriel Lima):
São Paulo 1 x 2 Flamengo – Morumbi, São Paulo (SP)
O jogo da volta de Luís Fabiano. Casa cheia. Tudo pronto para a festa. Acontece que, como diria Garrincha, só faltou a diretoria tricolor combinar com o Flamengo. Sim: o visitante rubro-negro lascou água no chopp são-paulino. Com a vitória, e com o tropeço do Inter, os cariocas se mantiveram vivos na briga pela Libertadores. De quebra, ainda ligaram o sinal amarelo do São Paulo, que já não vence há três rodadas. Sobre o jogo, bom, não diria que Adilson escalou mal. Pelo contrátio. O comandante tricolor acertou em sacar Carlinhos Paraíba e mandar Cícero para o campo. Tanto é que o São Paulo começou melhor. Acontece que, no início do segundo tempo, o jovem Lucas, em um momento de vontade excessiva, tomou o segundo amarelo e foi expulso. Aí o Flamengo avançou, abriu o placar, teve um jogador expulso (erroneamente, em tentativa do juiz de compensar o vermelho de Lucas), tomou o empate e, por fim, fez 2 a 1 com Renato Abreu. Luís Fabiano não fez gol, mas jogou bem. Chutou de fora, pediu bola e buscou o jogo. Mas terá que fazer mais do que isso pra melhorar a vida do São Paulo, que precisa vencer se quiser se manter vivo na luta pelo título.
Vasco 2 x 2 Corinthians – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Parece, mesmo, que ninguém quer a liderança. Com a derrota do São Paulo, parece que Vasco e Corinthians orquestraram o empate, que manteve todo mundo na briga pelo caneco. Essa é uma leitura. Há quem diga que os dois times jogaram muito bem, e que a partida foi muito disputada. E pode ser, afinal, sempre que o Expresso da Colina passou a frente, o Timão foi buscar e empatou em boas chegadas de Danilo. Só sei que, depois dessa, não sei bem o que pensar sobre o favoritismo ao título. O alvi-negro paulista é muito frágil defensivamente e, ofensivamente, perde muito quando Liédson não joga. Talvez o alvi-negro carioca, que tem a bola parada de Juninho e Dedé em grande fase, seja mais candidato. A questão é que o Reizinho não joga a próxima rodada, contra o Inter, no Beira-Rio. Enfim, vamos aguardar. Fato é que, a cada fim de semana que passa, o campeonato se torna mais incerto.
Atlético Mineiro 1 x 1 Ceará – Arena do Jacaré, Sete Lagoas (MG)
Dois times que se equivalem. Acho até que o Galo tem mais elenco, mas dada a situação, o empate deu certinho. É verdade: Fernando Henrique, goleiro do Ceará, teve uma atuação memorável. Mas pra quem quer fugir da Série B, o Atlético já não pode mais perder pontos em casa. E para voltar a ganhar, fica a dica: não dá para o Galo ir até o final do campeonato com essa dupla de zaga. Pelo menos não, tendo Lima e Réver no elenco. Aliás, falando em desfalque, também espero que Guilherme volte logo. Porque a situação tá ficando complicada – muito mais do que a do Ceará, que por enquanto tá no lucro. E, bom, só pra dar uma alegria à torcida mineira, deixo aqui minha menção honrosa ao lateral Carlos César, que jogou muito bem.
Figueirense 0 x 0 Coritiba – Orlando Scarpelli, Florianópolis (SC)
Daqueles jogos sem os quais o campeonato passaria tranquilamente. Até agora não sei o que aconteceu com aquele Coritiba que moeu o Palmeiras na Copa do Brasil. Aliás, também não sei qual é a desse time do Figueirense, que não tem um jogador de destaque mas tá à frente de muita gente na classificação. Sei lá. Mérito de Jorginho, talvez. Só acho que, pelo conjunto da obra, e pelo jogo de hoje, tanto o Figueira quanto o Coxa mereciam estar algumas posições abaixo na tabela.
Atlético Paranaense 2 x 0 Internacional – Arena da Baixada, Curitiba (PR)
O caldeirão da Baixada fez mais uma vítima: o meia D’Alessandro, atingido na mão esquerda por um objeto atirado por um torcedor demente. Fora isso, o jogo foi bom, com destaque para o oportunismo do atacante Nieto, que fez os dois gols (em dois descuidos da zaga colorada, diga-se de passagem). Com a vitória, o Atlético ganhou uma posição na zona do descenso, complicando o seu xará mineiro. O Inter, por outro lado, viu sua distância para o Flamengo aumentar para quatro pontos. Problema para Dorival resolver nas próximas rodadas, quando terá de volta o artilheiro Damião. E falando nisso, que fique registrado: o Inter foi um dos clubes mais prejudicados pelos amistosos caça-níquel de Ricardo Teixeira.
Grêmio 2 x 0 Cruzeiro – Olímpico, Porto Alegre (RS)
Crise na Toca da Raposa. Já são oito partidas sem vencer. Com a décima-sexta posição, o fantasma do descenso já começa a ganhar corpo. Mesmo o craque Montillo, correndo sozinho no ataque ao lado dos cansados Roger e Farías, pouco pôde fazer. E o Grêmio, que não é bobo nem nada, meteu dois e ganhou com propriedade. Destaque para o interminável Marquinhos, que foi fundamental. Elogios também para Celso Roth, que mexeu bem. Mário Fernandes (aquele Mário, que fez o Mano de otário) foi discreto. E se o Grêmio já não tem mais grandes pretensões, pelo menos pode dormir tranquilo. Coisa que já não se pode dizer da metade azul de Belo Horizonte (nem da metade alvi-negra, aliás).