O preço de uma escolha mal feita
Apesar do evidente equilíbrio entre todos os clubes da Série A, a meu ver, existem apenas duas equipes neste Brasileirão que destoam das outras, Santos e São Paulo.
O primeiro, por vários aspectos, dificilmente brigará neste campeonato por algo maior. A disputa do Mundial de Clubes já parece ser a prioridade, haja vista as ultimas declarações de Muricy Ramalho.
E o segundo paga por uma infeliz decisão: a contratação de Adilson Batista.
Eu acompanhei integralmente as ultimas três partidas do São Paulo e, para mim, o principal culpado pelos resultados negativos certamente é o Prof. Adilson.
A sua obsessão por volantes é algo que chega a enraivecer quem assiste as partidas. Como se não bastasse, é um técnico previsível, medroso e que vêm de péssimos trabalhos.
Não é à toa que o seu apelido (Prof. Pardal) o acompanhe por tanto tempo – desde a época do Cruzeiro, clube pelo qual fez um bom trabalho. Ou alguém já viu um grande time jogar no 4-6-0?
Pois foi assim que ele armou seu time contra o Botafogo.
E a sua péssima escalação ficou provada no segundo tempo, quando Rivaldo entrou no lugar do lateral Juan e o jogo mudou completamente. A pergunta é: precisava sofrer dois gols e ser dominado durante toda a primeira etapa para mudar a equipe?
Na partida contra o Corinthians, por exemplo, Adilson não abriu mão em nenhum momento dos três volantes em campo. E por pouco, Emerson não deu a vitória ao Alvinegro.
Agora, a gota d’água foi ontem, na partida diante do Flamengo. A começar por mais uma escalação conservadora mesmo jogando em casa. Se não bastasse, quando o seu time conseguiu o empate e – mesmo com um jogador a menos – estava melhor na partida, ele simplesmente sacou Luis Fabiano para a entrada do Carlinhos Paraíba.
O estreante Luis Fabiano iria sair de qualquer jeito, até porque estava esgotado. Porém, com o resultado de 1 a 1 até aquele momento, atuando em casa, preterir um centroavante para a entrada de um volante, não é algo digno de um time que quer ser campeão. Ou melhor, um clube que quer ser campeão não pode ser comandado por um treinador tão medíocre.
Nem mesmo a “ajudinha” do árbitro Fabrício Neves Corrêa que expulsou injustamente Willans e deixou de aplicar o segundo cartão para Dagoberto, foi o suficiente para evitar a derrota que viria com o gol espírita de Renato Abreu.
Adilson Batista pode ser boa praça, ter uma boa relação com os jogadores, mas há mais ou menos um ano – desde que assumiu o Corinthians – é impossível não enxergar o quão ruim estão sendo os seu trabalhos.
E se o São Paulo for campeão brasileiro, será muito mais por méritos de seu excelente elenco, do que de seu treinador, disso não me resta a menor dúvida.