Todos iguais
E o Brasileirão virou de turno da mesma forma como quando se iniciou: equilibradíssimo.
Lógica, aliás, que permeia o mais disputado torneio do globo desde 2008.
O último “campeão com um pé nas costas” foi o São Paulo de 2007, cujos quinze pontos à frente do segundo colocado, Santos, não permitiram qualquer incômodo do seu rival.
Ah, por que me refiro ao Brasileiro como “torneio mais disputado do globo”?
Respondo com um baita dum clichê (até por isso, tão verídico): “É a única competição do mundo em que se tem dez, doze concorrentes ao título”.
Acontece que essa resposta sempre se valeu da fartura de equipes tradicionais em nosso futebol (o que não ocorre em nenhuma outra liga importante), e não exatamente das chances reais delas disputarem o caneco.
De 2008 pra cá, quando o São Paulo se sagrou tricampeão apenas na última rodada e com um time absurdamente distante dos moldes de qualquer campeão (inclusive do que lhe rendeu as duas faixas no biênio anterior), a justificativa para o Brasileirão ser o torneio mais disputado do globo ganhou sustentação nunca obtida antes.
Com campeões contestáveis decididos somente nos acréscimos do 2º tempo, se trocou a unanimidade por uma maior competitividade.
Neste ano, temos o pior campeão do primeiro turno desde 2005 (35 pontos). O que, diga-se, nada tem a ver com falta de qualidade das equipes (a linha de frente da Seleção está aí pra provar isso). Mas, sim, com o nivelamento de boa parte delas.
Ouço a afirmar que todos os grandes (incluindo o Coxa e tirando o Galo) possuem forças muito semelhantes, em que, ironicamente (e pela graça do campeonato), o único que transcende à mesmice é o 14ª colocado, Santos.
Veja: O Inter (de D’ale e Damião) ou o Palmeiras (de Valdívia e Kléber) são piores que os atualmente no G4, Vasco (de Juninho e Felipe) e Botafogo (de Renato e Loco)?
Hoje, são. Porém, com potenciais parecidíssimos, podem vir a não ser mais.
A boa fase dos seus “diferentes” (Fernando Prats, Dedé, Juninho, Felipe, Éder Luís e Alecssandro; Jefferson, Renato, Maicossuel, Elkeson, “Loco” Abreu e Herrera) aliada à mínima sequência do trabalho dos seus respectivos treinadores, em meio a um futebol de exigências a curtíssimo prazo, fazem total diferença para os alvinegros cariocas.
Farão, decerto, a todos que aspiram ao título.
Caso a comunhão entre esses dois pontos ocorra no time de Ronaldinho, ou nos que terão Luís Fabiano e Adriano, poderemos, talvez, deixar de presenciar um campeão na véspera.
Contudo, diante de candidatos em pé de igualdade, é impossível ser um Cruzeiro de 2003, ainda que o de 2011 possua um jogador (Montillo) o qual, dentro da receita citada acima, poderia muito bem levar a taça para Belo Horizonte, como Alex levou naquele ano.
Por que, então, o único que destoa do restante estaria supostamente fora da briga?
A diferença de 17 pontos do líder pode ser menos significativa para o único com potencial de disparar na tabela.
Inclusive, estava discutindo sobre isso com o Rodolfo, o qual, no meio do papo, bem ressaltou a campanha do Figueirense…