E o Oscar vai para…
Me desculpe, caro leitor, mas se você abriu essa coluna com o intuito de ouvir algum tipo de parabéns ao Flamengo, veio ao lugar errado.
Porque pra começar, se dependesse de mim, campeonato estadual não existia.
Imagine você, então, o que eu penso dessa história de Taça Guanabara.
Quer dizer, uma coisa eu tenho que admitir: é o único torneio do Brasil capaz de dar emoção a uma série de jogos nem um pouco emocionante. Nesse sentido, o estadual do Rio é muito melhor do que, por exemplo, o de São Paulo.
Mas tem o outro lado.
Não acho que jogar uma partida medíocre contra o Boa Vista seja motivo de orgulho pra ninguém.
Aliás, a grande verdade é que, disputando esse tipo de campeonato, os times cariocas só têm a perder.
Lembra do “Carrossel alvi-negro” de Ney Franco? Pois é, eu achava o maior barato. Mas lembro muito bem que, naquela época, o Botafogo jogava a Copa do Brasil com reservas, priorizando o estadual.
Me responda: no que foi que deu?
Agora me responda: porque motivo devo achar que o Flamengo merece os parabéns?
O que eu acho, isso sim, é que o rubro-negro tem sorte de não estar na Libertadores.
Porque se estivesse, correria agora um sério risco de achar que é superior a todo e qualquer adversário. E os Tolimas e Mazembes já mostraram que isso pode ser muito arriscado.
Mas tem mais.
Atualmente os bons jogadores do Fla atendem pelo nome de Negueba e Thiago Neves.
Isso não seria problema em nenhum outro time do Brasil. Só que estamos falando, aqui, do time de Ronaldinho Gaúcho.
E eu não vou cair na bobeira de me iludir com um gol de falta, em uma falha de goleiro.
Tampouco vou fingir que esse gol não é a carta branca que o cara precisava pra dar uma de Adriano, no carnaval carioca.
Aliás, também não vou tratar o fato dele se apresentar fora de forma daqui a duas semanas como algo totalmente normal.
Porque, pra mim, um jogador que ganha mais de um milhão por mês tem a obrigação de comer a bola todo santo jogo. E Ronaldinho não come a bola faz tempo, nem dá motivos para acreditar que voltará a fazê-lo.
Além disso, patrocínio que é bom, até agora nada.
Só que “Flamengo é Flamengo” e, de repente, todo mundo se esquece disso e cai na farra.
Sabe aquela história de “algumas coisas que só acontecem com o Botafogo”? Pois é. Outras só acontecem com o Flamengo.
Talvez, por isso, o rubro-negro mereça um Oscar, ou uma Taça Guanabara.
Parabéns, ainda não.