Acabou-se a entre-safra
Pra quem não se lembra, há exatamente uma semana eu espinafrei o Brasil sub-20 por ter caído no conto do vigário, contra a Argentina.
Espinafrei, e não me arrependo de tê-lo feito.
Irresponsável seria eu de passar a mão na cabeça de marmanjo, ainda mais depois do show de inconsequência que Neymar e cia deram contra os hermanos.
E de mais a mais, como ficou provado contra o Uruguai, isso nada tem a ver com a qualidade do time.
O xis da questão é o seguinte: essa, com alguns acréscimos, vai ser a base do Brasil em 2014.
Sejamos realistas. Ronaldão já se aposentou, Ronaldinho não engata nem contra o Resende e Kaká já tá pedindo o boné.
Robinho? Talvez, mas só se não tiver nada melhor.
Por hora, a impressão que vai, aos poucos, tomando conta do país, é que o futuro pertence, mesmo, a Neymar, Ganso e Lucas.
Claro que nenhum dos três já pode ser chamado de “craque”, diferentemente dos veteranos anteriormente citados, que são ex-craques.
Acontece que eu me lembro bem da queda contra a Holanda. Lembro bem que a preocupação de muitos era com as futuras gerações do nosso futebol.
Aliás, mais do que isso, lembro que, na época, Paulo Vinícius Coelho, da ESPN Brasil, falou em entre-safra e, para mim, foi na mosca.
Depois de alguns anos aturando seleções de base medíocres, finalmente podemos voltar a sonhar.
E nada melhor do que, nessas horas, ver Lucas e Neymar renovando seus contratos.
Tostão (tá virando campeão de citações nos meus textos), recentemente, escreveu uma coluna chamada “Futebol Esquizofrênico”, onde, muito oportunamente, falava da contradição do futebol nacional, que vende os ótimos Hernanes e Elias e repatria os desgastados Ronaldos.
Que nossos dirigentes percebam onde está a salvação, antes que seja tarde para evitar que o Brasileirão se torne um spa.
E que Mano Menezes cuide bem da cabeça dos jovens porque, na convocação para a próxima Copa, temos que ouvir os nomes de Danilo, Casemiro e Fernando. Renato Augusto nunca mais.