O homem certo no lugar certo
“Nunca antes na história deste país” ganhou-se tanto para se falar tão pouco.
Em outras palavras (que não as de Lula), nunca se deu tanto valor ao que Nélson Rodrigues chamava de “o óbvio ululante” (sem trocadilhos).
Veja você: Rivaldo acertou com o São Paulo.
Alguém aí ainda precisa de “especialistas no assunto” pra saber que “Rivaldo é um craque, mas já não tem mais 20 anos”? Ou que “não se pode esperar o Rivaldo do Barcelona”?
Não sei quanto a você, mas para insultar minha inteligência já bastam as declarações dos nossos governadores sobre as chuvas de verão.
Claro que não se pode prever o futuro e dizer que o cara vai jogar muito ou pouco. Mas será que esse medo de emitir opinião se justifica?
Se é por falta de coragem, eu me aventuro. E já vou avisando: minha diretriz vai ser outra.
Como já disse, sei-lá-eu o quanto Rivaldo vai jogar. Juvenal também não deve saber.
Mas sendo assim, será que não vale a pena pensar no motivo que levou o presidente são-paulino a correr atrás de um ex-atleta de 38 anos? Logo ele que se arvorá de ter “4 titulares da seleção sub-20” e que tem categorias de base tão fortes que “na década que vem, não precisará mais contratar”?
Pra mim é simples: o Flamengo tem Ronaldinho. O Corinthians tem Ronaldão e tem, até segunda ordem, sede de Copa. Até o Palmeiras, com a eleição de Arnalto Tirone Contursi, ganhou mais espaço na mídia nos últimos dias.
Juvenal ia ficar calado? Claro que não. Muitos menos em ano de eleição.
Sim, JJ vai tentar e, ao que tudo indica vai conseguir, se reeleger. Tem o apoio de Carlos Miguel Aidar (ex-presidente e homem forte da política tricolor), quase não tem oposição e até seus “concorrentes”, como Leco e Jesus Lopes, topam desistir das próprias candidaturas, em troca de um cargo ou outro.
Só que o São Paulo vinha mal, dentro e fora de campo.
No primeiro quesito, vai passar um ano sem jogar a Libertadores. Além disso, perdeu Ricardo Oliveira e Miranda, ambos de graça, sem falar em Alex Silva, que só não foi para a Alemanha por falta de adeus.
Fora de campo nada de animador: comprou a inimizade da CBF (coisa que custa muito caro), viu o projeto “Morumbi-2014” virar fumaça e ficou tão sem dinheiro para contratar que perdeu Jonathan para o Santos.
Resumindo: a coisa ia ficando feia para o lado amarelo do Morumbi (cor da chapa de Juvenal e cia.). Até a torcida (sempre a última a saber), já começava a chiar.
Daí, quer cortina de fumaça melhor do que um popstar cujo futuro é tão incerto que nem “os especialistas” se arriscam? “Só” 120 mil por mês em troca de uma tranquilidade de 3 anos?
O que pode acontecer, como já disse, é um insulto à inteligência repetir. Fato é que, se for um sucesso, Juvenal é um gênio. Se der errado, até perceberem, ele já estará eleito. De qualquer forma, sairá vitorioso.