Boteco da Champions: a verdadeira gratidão a um ídolo
O embate de volta entre Chelsea x Galatasaray, pelas oitavas de final da Uefa Champions League, reservou aos espectadores muito mais que um simples jogo de futebol .
Foi a primeira vez que Didier Drogba, agora defendendo as cores laranja e preto do time turco, retornava ao Stanford Bridge. Palco que, segundo ele, foi e sempre será sua casa. Portanto, tratava-se de um momento especial.
Quando a bola rolou, o marfinense, com atuação apagada, pouco pôde fazer para evitar a eliminação de sua equipe diante do forte time inglês, um dos candidatos a levantar a orelhuda desta edição. Demonstrando equilíbrio e solidez durante os noventa minutos, os “Blues” não deram chance para o azar e, logo no primeiro tempo, já asseguraram sua vaga às quartas de final, com gols de Samuel Eto’o e Gary Cahil.
Mas não tinha jeito: os holofotes estavam nele. Afinal, foram oito anos emblemáticos. Eleito melhor jogador da história do clube londrino, Drogba foi homenageado antes e depois do confronto, recebendo uma chuteira de prata em forma de agradecimento ao longo período de glórias com a camisa azul. A maior delas, para muitos, talvez seja justamente a taça da Champions de 2012, na qual foi peça-chave para a conquista: marcou o gol de empate nos últimos minutos do tempo normal da decisão, ante o Bayern, em Munique, e converteu a última cobrança da disputa de pênaltis.
Foram 154 gols em 341 jogos.
Diante de todo este cenário, o que mais saltou aos meus olhos – e tenho certeza que de tantos outros – foi ver as duas torcidas darem um belíssimo show e reverenciarem o atleta, sem qualquer tipo de xingamento ou ofensa entre elas. Ambas entendiam perfeitamente o real sentido da palavra ídolo e, com isso, respeitavam o passado e o presente do jogador.
Do futebol.
Uma verdadeira aula de gratidão a alguém que fez muito e ainda pode fazer mais.
Agora, desde 2013, por outras cores.
*Sempre que houver rodada do maior torneio de clubes do mundo, a Champions League, Felipe Oliveira escreverá neste espaço.