1 milhão por mês? Não, obrigado!
Não é de hoje que o Santos tenta repatriar Robinho, um dos seus maiores ídolos após a “Era Pelé”. Não há dúvidas do que o atacante representa para a torcida alvinegra e também do quanto o atleta agregaria neste momento de transição do clube.
Robinho pode ser o cara certo para mesclar experiência e técnica a um time que ainda está tentando criar uma cara após a saída de Neymar. Mas entre todas as notícias que dão “tom de novela” à transferência do atacante, uma me chama a atenção: os números divulgados pelos principais veículos de imprensa são completamente absurdos para a realidade do futebol brasileiro.
Se eles estiverem corretos (a imprensa fala em R$ 17,5 milhões pela transferência, R$ 1 milhão livres de impostos de salários, e luvas de R$ 5,2 milhões), será um erro crasso o Santos repatriar o jogador.
Não sou daqueles que pensam que clubes brasileiros só precisam contratar quando há grandes chances de retorno financeiro, mas a principal questão é que o vínculo do atleta com o Milan vai até agosto de 2014; ou seja, em fevereiro do ano que vem ele poderá assinar um pré-contrato com qualquer clube sem custos.
Um exemplo do quão ruim o negócio seria para o Santos é a transferência de David Villa, que deixou o Barcelona para atuar no Atlético de Madrid. O clube da capital espanhola desembolsará um valor total de R$ 14,7 milhões (R$ 3 milhões a menos que o Milan pede por Robinho) pelo atacante, que é apenas dois anos mais velho que o milanista e, diferentemente do brasileiro, é nome certo na seleção do seu país.
O que também não pode ser esquecido por parte dos dirigentes santistas durante a negociação com o Milan é que o time da baixada é quem ocupa uma posição privilegiada nas tratativas, pois é quem ostenta o dinheiro.
Como sabemos, a condição financeira dos clubes italianos não é a mesma de outrora. A venda de Robinho por parte do Milan seria um alívio, já que o time rubro-negro se livraria do alto salário de um jogador que nem é titular de sua equipe e ainda receberia uma boa quantia em dinheiro.
Para o Milan não é negócio segurar Robinho. E a diretoria do Santos precisa ter a consciência disso durante as negociações. Consciência que não teve quando articulou as duas maiores negociações da história do clube: Montillo e Ibson. O primeiro foi erroneamente contratado para uma função que nunca conseguiu exercer (a de meia armador), e o segundo foi simplesmente trocado por Rafael Galhardo e David Braz numa tratativa com o Flamengo.
A vinda de Robinho, como dito acima, pode ser muito benéfica para a situação atual do clube. Mas, se negociada de forma errônea, pode proporcionar um efeito contrário ao caixa do Santos. Não podemos esquecer que o time alvinegro é um dos grandes clubes do país que menos faturam com bilheteria e, até o fechamento deste texto, ainda não conta com um patrocinador máster.