Análise da 7ª rodada
Na primeira rodada do meio de semana, pôde-se contemplar chavões presentes em todas as edições de Brasileirão: “o perde e ganha”, a iminente “dança dos técnicos” e as intermináveis “chegadas e saídas” nas equipes.
O São Paulo que era líder, com a derrota para o Botafogo, foi ultrapassado pelo seu algoz da rodada anterior, o Corinthians, que, em partida adiada contra o Santos, tem chance de ampliar a vantagem.
Mérito dos que vestem preto e branco, com exceção ao Peixe, vencido por outro alvinegro emergente: o Figueirense.
Na quinta-feira, a despedida de Conca e o temor alviverde pela saída de Kléber, foram amenizados pelas estreias com gols de Ciro e Maikon Leite.
A mesma lógica de trocas se dá em relação aos técnicos. Renato Gaúcho abandonou o barco gremista, e os nocautes seguidos sofridos pelo São Paulo e pelos atléticos de Minas e do Paraná, devem propor uma troca entre os clubes. O destaque individual, então, vai para outros rescindentes: Montillo e Ronaldinho repetiram a ótima atuação da 6a rodada.
Jogos de quarta-feira:
Por Rodolfo Costa
América-MG 2 x 3 Flamengo – Arena do Jacaré, Sete Lagoas (MG)
Com uma das melhores atuações de Ronaldinho, o Flamengo venceu e convenceu. Dominou a partida desde o princípio, mesmo jogando fora de seus domínios.
Tomou dois gols da única forma que o jogo poderia proporcionar: a bola parada foi a única arma eficiente do Coelho. Aliás, ao longo da competição, a zaga do Flamengo precisa melhorar neste quesito, afinal, não é sempre que se pode dar ao luxo de tomar dois gols dessa forma em uma mesma partida.
O Flamengo continua sendo um candidato ao título. O América, ao rebaixamento.
Grêmio 2 x 2 Avaí – Estádio Olímpico, Porto Alegre (RS)
Quem esperava um Grêmio impiedoso se enganou. O Imortal sucumbiu mais uma vez jogando diante da sua torcida.
O Avaí que havia somado apenas um ponto até então, surpreendeu a todos que assistiram o jogo. O esquema com duas linhas de quatro se mostrou eficiente e, além de tirar campo do Grêmio, proporcionou espaços suficientes para o Avaí abrir 2 a 0 no jogo.
A arbitragem foi mais uma vez horrível e influenciou diretamente no resultado da partida. Um gol legal de André Lima foi anulado e, na sequência, houve um pênalti mal marcado a favor do Grêmio. Douglas descontou e dois minutos depois acabou sendo expulso por reclamação.
O gol de empate do Grêmio veio no último minuto de jogo, com Rafael Marques. Gol que não foi o suficiente para segurar Renato Gaúcho no comando do Tricolor.
Vasco 0 x 3 Cruzeiro – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Parece que o Cruzeiro fez muito bem ao acertar com o papai Joel. O time conseguiu sua segunda vitória seguida na competição e dá indícios de que não estávamos errados, a Raposa é sim candidata ao título.
Apesar da larga vitória, o jogo foi inegavelmente disputado, com muita marcação no meio. O time celeste se defendia ao melhor estilo Joel e esperava um contra-ataque.
Depois do primeiro gol, após cobrança de escanteio, o esquema do Cruzeiro se mostrou mais uma vez eficaz. O Vasco pressionou. Mas nada conseguiu. Em um contra-ataque, Montillo fez um golaço mostrando por que é o melhor jogador estrangeiro do Brasileirão. A goleada se formou com um gol de pênalti convertido por Roger, no último minuto.
O Cruzeiro mostra que está recuperado da eliminação da Libertadores e o Vasco precisa se recuperar do título da Copa do Brasil.
Figueirense 2 x 1 Santos – Orlando Scarpelli, Florianópolis (SC)
Em uma apresentação pífia do time que conquistou a América há uma semana, o Figueira impôs um ritmo superior desde o primeiro minuto, e em dois vacilos da zaga santista construiu a vitória sem maiores dificuldades.
O Figueirense se mostrou um time muito voluntarioso, com algumas qualidades, como no caso de Maicon, e muita correria. É um time que não desiste de uma bola. Pelo elenco que possui, é um franco atirador na competição. No entanto, venceu todas as partidas que jogou em casa e promete fazer uma boa campanha ao longo da competição.
Já o Santos, vive a expectativa do que pode acontecer com seu elenco ao longo da janela. Jogadores podem sair e Muricy pede insistentemente por reforços.
Sábado, o Peixe entra em campo contra o América- MG no estádio do Pacaembu, em jogo válido, ainda, pela 6ª rodada.
Botafogo 2 x 0 São Paulo – Morumbi, São Paulo (SP)
A goleada sofrida para o Corinthians no último final de semana, baqueou o elenco do São Paulo de tal forma que depois da derrota desta quarta, para o Bota, o assunto principal das entrevistas ainda era o jogo de domingo.
A derrota colocou ainda mais pressão em Carpegiani, o qual, a partir da próxima rodada, perderá mais quatro peças (Casemiro, Henrique, Bruno Uvini e Willian José) para a Seleção sub-20.
O Botafogo, em contrapartida, surpreende neste início de campeonato e promete fazer uma boa campanha no comando de Caio Junior.
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Jogos de quinta-feira:
Por Diego Carvalho
Palmeiras 2 x 0 Atlético Goianiense – Canindé, São Paulo (SP)
Início a análise desta partida lá, aos 28 minutos da primeira etapa, quando aquele que seria o melhor em campo, Maikon Leite, inaugurou o marcador no Canindé.
A imagem de Kléber, nas tribunas, sem dar a mínima para o gol do seu time, soou muito mal para todos que assistiam ao embate.
É incontestável a vontade, qualidade e o poder de liderança daquele que é tido como o Gladiador. Tal como é totalmente reprovável o egoísmo de um jogador que pensa ser mais do que é.
Por isso, não merece o aumento de salário que receberá.
Mereceria, pelo seu futebol, por sua condição de ídolo, que deveria ser atribuída ao zêlo pela equipe e pelos interesses da mesma, e não à exigência de reajuste de salário para ficar no clube, principalmente para quem tanto fez júras de amor a ele.
Por tudo isso, faço minhas as palavras de Juca Kfouri: era melhor que fosse embora.
Mas ele vai ficar.
Dentro de campo, ótimo para este ajustado Palmeiras que, antes de qualquer reforço, precisa de paz fora dele.
Fluminense 3 x 1 Atlético Paranaense – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Se no Canindé a noite foi do debutante Maikon Leite, no Engenhão, foi Ciro, autor de dois gols, que brilhou em sua estreia pelo Flu.
Se a possibilidade de saída em São Paulo estava fora de campo, no Rio, Conca, sem oficializar o que a imprensa antes da bola rolar especulava, fazia sua última apresentação vestindo a 11 tricolor.
Na perspectiva do Fluminense, a perda é equivalente a que teria o Palmeiras, caso Kléber deixasse o Parque Antartica.
É verdade que, neste ano, Conca, até então, não foi nem sombra daquele que brilhou nas temporadas anteriores vestindo as camisas de Vasco e Fluminense.
Mas ninguém perde um ídolo, o qual foi o melhor jogador do último Brasileirão, sem se lamentar.
Ainda mais num time que, com novo treinador, tenta se remontar durante a competição.
De consolo, valeram os três pontos e a emoção de Ciro ao marcar seu primeiro tento pelo time das Laranjeiras.
Por falar em emoção, isso é tudo que o Atlético Paranaense não terá neste Brasileiro, pois na 7ª rodada já sabe o que conseguirá nele.
Reproduzo meu comentário no Twitter, durante o jogo: Não me lembro, nas últimas edições de Brasileirão, dum virtual rebaixado tão convicto como o Atlético-PR, em plena 7ª rodada…
Coritiba 3 x 1 Ceará – Couto Pereira, Curitiba (PR)
Dois times que possuem semelhanças: ambos são comandados por ótimos treinadores – Marcelo Oliveira e Vágner Mancini – e possuem um time bem arrumado, com um padrão de jogo definido desde a Copa do Brasil.
Enquanto os cearenses fazem uso de três volantes com boa saída de jogo, dando liberdade para Tiago Humberto municiar o ataque, o Coxa permanece priorizando a velocidade do seu trio ofensivo.
O que mudou foram alguns nomes em cada posição.
No Ceará, os antes imprescindíveis Geraldo, Iarley e Marcelo Nicácio deram espaço para Rudinei, Osvaldo e Washington. O Coxa, ao menos nesta noite no Couto Pereira, trocou Davi pelo veterano Tcheco, Ânderson Aquino por Éverton e Bill por Leonardo.
No jogo, tal como na semifinal da Copa do Brasil, a técnica tratou de diferenciar as duas equipes.
Com isso, o Coritiba saiu da zona do rebaixamento que, se assustava, não deveria, pois não possui equipe para frequentar esse setor da tabela.
O Ceará também não. Embora tenha mais chances de, na 38ª rodada, estar nela.
Atlético Mineiro 0 x 4 Internacional – Arena do Jacaré, Sete Lagoas (MG)
Há quem diga que, após duas vitórias seguidas e oito gols, o time de Falcão entrou nos trilhos.
Vamos com calma.
É natural que o Inter demonstre algum avanço à medida que Falcão mantém os mesmos onze titulares há três partidas (contra o Coritiba, apenas a mudança de Glaydson no lugar de Oscar). E isso é, sim, importante para um trabalho que já era visto com maus olhos.
Agora, é igualmente verdade que o adversário colaborou – e muito – para as duas últimas goleadas coloradas.
Figueirense e Galo não demonstraram qualquer tipo de resistência. Quando o Inter encontrou uma marcação mais ajustada, não conseguiu superá-la, foi pressionado e apenas empatou a partida contra o Coritiba, há quatro finais de semana.
A se destacar, mesmo, a limitação deste Atlético Mineiro, que tem tudo para ser o gigante deste ano a ingressar na série B no próximo.