Nada
Segundo Juca Kfouri, no paulistinha tudo pode acontecer. Inclusive nada.
Pois é. Nada aconteceu.
O jogo foi 0 a 0 e, a meu ver, equilibrado. Aliás, até acrescento: bem movimentado.
Sim, porque se a bola de Liedson entra, era Corinthians – assim como era Santos, se os dois chutes de Neymar não tivessem parado na trave.
Acontece que nada disso importa muito.
Uma coisa ficou clara: o Peixe se poupou. E com razão.
Contra o Once Caldas, é vida ou morte.
Contra o Corinthians, ainda tem mais uma chance, e na Vila.
A questão agora é: há como disputar dois campeonatos ao mesmo tempo?
A situação é delicada. Os jogadores santistas vivem, hoje, um excesso de desgaste, e a atitude de Ganso, que pediu pra sair ao sentir a coxa, é prova disso.
E até que ponto esse desgaste pode ser fatal, contra um time que eliminou o Cruzeiro-melhor-do-continente-até-ontem?
Sim, leitor, chegamos, aqui, à inevitável conclusão: Marco Polo del Nero e a FPF, nos seus esforços para transformar futebol em golfe, vão sendo bem sucedidos.
Porque o paulistinha, com clássico e tudo, não interessa a um clube grande.
Pior: atrapalha esse mesmo clube. Porque se o Santos toma um coro do Once Caldas na quarta, o estadual passa a valer a vida.
Aliás, não fosse isso, o Corinthians já estava liquidado, porque a superioridade de Neymar e cia salta aos olhos.
Só que o paulistinha existe.
Existe pra iludir o Palmeiras, pra demitir um técnico ou outro e pra atrapalhar a Libertadores alheia. E, claro, para se tirar algumas conclusões, como, por exemplo, que o Corinthians é Liedson + 10.
Resumindo, é por isso que eu digo: se fosse Muricy, poupava todo mundo, e ia com tudo para a Colômbia. E não ia pra defender 1 a 0.
Porque o Once Caldas não vem pra brincar. Aliás, ninguém mais vem pra brincar.
E está na hora do Santos decidir o que vale mais. Para isso, é preciso coragem.