Joga bola, jogador!
Um dos grandes baratos do futebol é o conjunto de mitos que permeia o imaginário do torcedor; as chamadas lendas de boteco.
Por exemplo, quem aqui nunca ouviu dizer que “certas coisas só acontecem com o Botafogo”, ou que “Uruguaio é raçudo”, ou que as categorias de base do Santos são encantadas?
Tudo isso faz parte, não apenas do folclore do boleiro, mas da cultura nacional. São um verdadeiro patrimônio.
Mas como nem tudo são flores, tem um problema: esses mitos não podem entrar em campo.
O famigerado azar alvi-negro já acabou com temporadas inteiras e já deixou muito botafoguense deprimido.
Mesma coisa com a maquininha de craques da Vila Belmiro: lembra de Renatinho, o novo Robinho? Ou então de Édson Pelé?
Pois é. Vamos ao que interessa: a lenda do argentino sacana entrou em campo pelo campeonato sub-20.
Por algum motivo, sempre que um jogador brasileiro vê alguém com uma camisa azul e branca, de listras verticais, sente-se na necessidade de mudar sua maneira de jogar.
O estilo showman, que não tem nada a ver com “futebol bem jogado”, dá lugar, então, ao estilo Dunga-brahmeiro-guerreiro que tem, esse sim, tudo a ver com “futebol mal jogado”.
Nessas horas, o jogo coletivo dá lugar às arrancadas e tentativas de resolver sozinho, o toque de bola da lugar à catimba e o drible dá lugar às tentativas de intimidação.
Foi numa dessas, afinal, que o jovem zagueiro Juan enfiou um murro na cara de um atacante hermano logo aos 5 minutos de jogo. Resultado: foi expulso e fez o time jogar com um a menos o jogo inteiro.
Daí, Neymar, querendo dar uma de catimbeiro, passou a praticar salto ornamental e esqueceu de jogar bola.
Se o Brasil ganhasse desse jeito, seria um milagre.
E daí eu me lembrei de Tostão que, semana passada, deu ares oficias ao que eu sempre digo: jogar com raça e dar sempre o máximo de si não é mais do que a obrigação de um jogador profissional.
O problema é que muito nêgo, continente afora, confunde isso com baixaria.
Ney Franco (alguém aí me explica porque não é o Mano!) devia ter pensado nisso ao fazer o “trabalho psicológico” que anunciou que ia fazer na molecada.
Já está bom de parar com esse medo de argentino.
E já está bom de brasileiro parar de pensar que joga mais do que todo mundo, até porque não é o que os Tolima’s e Mazembe’s têm mostrado.
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