Dinamitado
Dois anos atrás, quando a presidência do Vasco foi assumida por Roberto Dinamite e, meses depois, o clube foi parar na Série-B, vi uma charge que seria cômica, não fosse trágica.
De um lado, o novo presidente cruz-maltino anunciava o início de “uma nova ERA”.
Do outro, meio escondido, Eurico Miranda sentenciava: “pois é: já ERA a Primeita Divisão! Me aguardem!”.
Diga aí se a charge não é atual.
Sim, porque hoje, enquanto a imprensa do factóide especula a vinda de Carlos Queiroz para São Januário, cada vez mais Eurico Miranda ameaça extender, novamente, seus tentáculos sobre o clube que sugou até o último recurso.
E isso é só uma parte do problema.
Assim como em 2008, mais uma vez a Segundona se torna, a cada semana que passa, uma possibilidade mais concreta. Só que dessa vez a ameaça é muito maior, afinal, trata-se de um campeonato cuja elite é composta por Resende, Nova Iguaçú e Cabofriense. Imagine o que não é o segundo escalão…
Então vamos lá: o que levou um clube campeão da América na década passada a tamanho buraco?
Primeiro: a administração mafiosa de Eurico Miranda.
Segundo: a crença de que Roberto Dinamite seria o salvador da pátria.
Nesse sentido, apenas a primeira parte da coisa costuma ser comentada. Até os jornalistas mais chapa-branca da televisão brasileira adoram fazer a caveira de Eurico, ainda mais depois que ele proibiu a imprensa de entrar na Colina.
Tudo bem, todos têm certa razão nesse sentido. O problema é que essa postura, geralmente, encobre a segunda parte do problema.
Roberto Dinamite é o poço da incompetência.
Prova disso é ter achado que a dupla Carlos Alberto (brigou no Corinthians, brigou no São Paulo, brigou no Botafogo e brigou no Werder Bremem) e Felipe Futevôlei seria capaz de liderar um time de futebol.
Outra prova de incompetência: achar que, além da dupla, jogadores como Fágner, Márcio Careca e Élton seriam suficientes para formar um time de futebol.
E sabe, agora, como o gênio Dinamite pretende resolver o problema? Trocando Carlos Alberto por Roger, o rei do chinelinho, como se seis não fosse meia-dúzia.
Será que no Rio de Janeiro inteiro não tem alguém mais lúcido pra assumir a presidência de um clube que tem a quinta maior torcida do país? Alguém que, de preferência, não seja Eurico Miranda disfarçado (como é o caso da oposição vascaína)?
Se houver, é bom que se apresente logo. Antes que seja tarde.
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Atualização:
Acabei de ler que “Ricardo Gomes é bem contado” pra assumir o Vasco.
Aí é pra fechar o caixão.