Palmeiras à flor da pele
Posted On 21 de março de 2010
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0 Como explicar o fato do Palmeiras ter batido o melhor time do campeonato, fora de casa, na rodada passada, e ter sido dominado pela Ponte Preta, ontem, em pleno Parque Antártica?
Falta de um centro-avante não vale. Ninguém vai me convencer que Finnazzi é muito melhor que Robert.
Será culpa, então, do tal “racha político”? Em parte, mas tem mais coisa aí.
O Palmeiras é um time nervosíssimo. Falei isso ano passado, mas esse ano parece que ficou ainda pior.
Está no jeito do time jogar. Nas reações da torcida. No semblante dos jogadores.
Às vezes, pode dar certo, como diante de São Paulo e Santos, quando o alvi-verde era franco-atirador e fez das condições anormais de temperatura e pressão, um trunfo. Mas quando vencer é obrigação, ainda mais diante do torcedor, a coisa muda de figura.
E de onde vem esse nervosismo? Aí sim, podemos apontar o “racha político”, do qual tanto se fala, mas pouco se compreende.
Existe hoje, dentro do Palestra Itália, um grupo de oposição a Belluzzo e Cipullo, formado por dinossauros da política e integrantes da adorável torcida Mancha Verde. A facção organizada, aliás, é a maior arma do grupo, conhecido como Famiglia Palestra, graças a seu poder de vaiar, hostilizar e até agredir (Vágner Love) gente dentro do clube.
O “diferenciado” Belluzzo não tem força pra brigar com essa gente, que deve emplacar Salvador Hugo Palaia (aquele mesmo), nas próximas eleições.
É por isso que, quando a diretoria toma uma decisão, rapidamente a torcida reage negativamente. Grita “Volta Muricy”, hostiliza Diego Souza e xinga Belluzzo a torto e a direito nas arquibancadas.
Impossível um atleta do clube não sentir essa pressão. Ainda mais quando o técnico é um motivador como Antônio Carlos, um Maradona com muito menos história, que só ganha jogo na base do grito. Ou então, quando o capitão da equipe passa tanta tranquilidade, que ameaça se aposentar depois de tomar um frango.
Nisso aí, nem o “Armeration” deu jeito.
E tem salvação? Acho que sim.
O time tem um bom meio-campo. Tem defeitos, como tem o São Paulo ou o Corinthians, dois times para os quais o Palmeiras, aliás, não perde em nada. O ataque pode melhorar, com Ewerthon e Robert, que não são Evair e Edmundo, mais quebram um galho no Paulistão.
Enfim, é questão de encontrar uma tranquilidade para “trabalhar”, como gostam de dizer os técnicos.
Essa tranquilidade, porém, talvez só venha com vitórias. Ou com a próxima eleição.
É aí que está o problema.