Ousadia e alegria de Roy Hodgson
No fim de semana retrasado, eu estava assistindo a um dos últimos empolgantes confrontos da Premier League, entre Everton e Manchester City. De um lado, um clube modesto buscando a tão sonhada vaga para a Uefa Champions League (UCL); do outro, um clube milionário jogando pelo título do Campeonato Inglês.
A vitória do City veio no sacrifício, num 3 a 2 em que o Everton quase conseguiu arrancar um empate. Mas o que mais me chamou a atenção naquela partida foi um meia do time derrotado: Ross Barkley.
Com apenas 20 anos, o ponta de lança abusou de toda a sua categoria, velocidade, habilidade e personalidade. Fez um golaço, que abriu o placar,, e foi o principal responsável pelas melhores jogadas ofensivas do Everton.
Até que num dado momento do jogo, a transmissão oficial da Premier League focalizou Roy Hodgson. Ele mesmo, o treinador da seleção da Inglaterra.
A partir daquele instante, passei a esperar com muita ansiedade a lista de convocados para a seleção da Terra da Rainha que, nesta segunda-feira, foi divulgada pelo treinador inglês:
Goleiros: Joe Hart (Manchester City), Fraser Forster (Celtic/ESC) e Ben Foster (West Bromwich)
Defensores: Glen Johnson (Liverpool), Phil Jones (Manchester United), Gary Cahill (Chelsea), Phil Jagielka (Everton), Chris Smalling (Manchester United), Leighton Baines (Everton) e Luke Shaw (Southampton)
Meio-campistas: Steven Gerrard (Liverpool), Jack Wilshere (Arsenal), Jordan Henderson (Liverpool), Frank Lampard (Chelsea), James Milner (Manchester City), Ross Barkley (Everton) e Adam Lallana (Southampton)
Atacantes: Raheem Sterling (Liverpool), Alex Oxlade-Chamberlain (Arsenal), Wayne Rooney (Manchester United), Daniel Sturridge (Liverpool), Danny Welbeck (Manchester United) e Rickie Lambert (Southampton)
Para grande parte da imprensa, a maior surpresa foi o nome de Barkley. Principalmente porque, para ser convocado, o técnico teve que abdicar do experiente Michael Carrick, que figura apenas na lista de espera. Para mim, no entanto, a maior surpresa é a ousadia de Hodgson.
Assim que vi o nome do jovem jogador do Everton na lista, lembrei-me da Copa de 2010, quando sabíamos que Neymar e Ganso poderiam desempenhar um melhor papel na seleção brasileira do que Grafitte, Júlio Baptista ou Kléberson.
Sabemos que, naquela época, a opção de Dunga pela experiência não deu certo. E Hodgson, perguntado sobre o fato de ter um time jovem , foi enfático: “Não devemos nos centrar só no fato de haver muitos jovens na equipe. Não chamo ninguém só pela experiência”.
No fim, podemos verificar que a seleção inglesa é uma das mais jovens e talentosas dessa Copa do Mundo. Nomes como Wilshere, Adam Lallana, Sterling, Oxlade-Chamberlain e Daniel Sturridge têm tudo para fazer da seleção inglesa uma das mais difíceis de se enfrentar do torneio.
Título? Por que não?