Pedi a Deus
Kardec, minutos após saber que seria titular no choque-rei, disse que era a oportunidade que pediu a Deus. Confesso que, ao ler tal declaração, temi pela lei do ex, que já havia castigado o Palmeiras durante o Terrível brasileirão de 2014.
Lembrei também do texto que amaldiçoava Alan e previa a reserva no Tricolor. Com isso, pedi a Deus que o Palmeiras fizesse ao menos dois gols, pois era quase certo o gol do ex-futuro-ídolo. É engraçado que o próprio centroavante dissera, quando chegou ao Palmeiras, que era um presente de Deus, mas nem ele, nem Paulo Nobre, souberam agradecer.
Também recordo da saída do Barcos, quando pedi aos Céus um “9” tão bom quanto, ele nos atendeu com o camisa 14. Ao fim do terrível 2014, já sem o cogitado jogador de seleção, pedi ao Pai que nos livrasse de jogadores sem vontade, ironicamente me atendeu mandando Wesley ao Morumbi.
Ontem, além de ao menos dois gols, pedi para sairmos da seca em clássicos, com menos de três minutos de jogo Ele começou a me atender, aí pude ver quem era o verdadeiro time da fé e quem vai depender MUITO dEle esse ano, ao menos enquanto Muricy estiver por lá.
Explico. Sua escalação até que foi coerente. Sem Luis Fabiano, escalou o ex-palmeirense e não mexeu demais no time, como fez diante do Corinthians. Mas a substituição necessária após a expulsão de Rafael Tolói demorou demais e foi feita de forma errada. Ao tirar Alexandre Pato, que até ontem tinha boas lembranças do Estádio palmeirense, matou a única arma que o São Paulo poderia ter: um atacante de drible e velocidade. Manteve Kardec, talvez por acreditar na lei do ex, mas certamente por acreditar no Muricybol. É bem verdade que Dudu poderia (e, a meu ver, merecia) ser expulso, mas, com tamanha apatia do adversário, sinceramente não sei se faria diferença.
Enfim, por todo o futebol apresentado esse ano, a ausência do torcedor no estádio e o clima tenso pré-crise, o São Paulo precisa muito de fé e a volta do “trabalho”.
*Renan Rodrigues deveria ter postado este texto ontem, mas enfrentou alguns problemas técnicos.