Oito argumentos a favor de Marcelo Fernandes
Confesso que fiquei bastante surpreso com a efetivação do auxiliar Marcelo Fernandes para comandar o Santos. Primeiro porque o presidente, um dia antes dessa decisão, afirmou que a chance disso acontecer era zero. E são vários os motivos que me levam acreditar que, neste momento, nenhuma outra opção, principalmente daquelas especuladas desde a saída de Enderson, seria melhor do que a confirmação de Marcelo como novo treinador santista. Vamos a eles:
1. Eu não tenho nenhuma certeza de que Dorival Júnior ou Vagner Mancini (os dois eram os principais sondados a assumir o cargo) poderiam fazer um bom trabalho à frente do Santos. Dorival teve muitas oportunidades e não vai bem desde que deixou o Santos em 2010. Mancini, embora tenha feito um excelente 2013 pelo Atlético-PR, caiu em 2014 no comando do Botafogo.
2. Marcelo Fernandes é auxiliar técnico do Santos desde 2011, então conhece o elenco santista nos mínimos detalhes. Sabe o que cada jogador pode render, inclusive os muitos jovens oriundos da base presentes no atual elenco do time alvinegro. Um novo treinador, seja ele quem fosse, teria que passar por um processo de adaptação no meio duma temporada, até de fato conhecer todos os atletas.
3. Eu não sou a favor dos atletas escolherem quem deve ou não ser o seu comandante, mas acredito um time vencedor passa, quase que obrigatoriamente, por um bom ambiente. Hoje, um técnico, mais do que tudo, é um gerente de pessoas, de egos. A figura de um comandante pode colaborar muito para que um grupo se feche em busca dos seus principais objetivos na temporada. Marcelo, querido pelos jogadores, tem este perfil.
4. A situação financeira do Santos, embora não seja tão falada como antes, ainda é muito preocupante. O clube, por exemplo, ainda deve Muricy Ramalho, Oswaldo de Oliveira e o próprio Enderson Moreira. Embora a diretoria tenha estipulado um teto de R$ 200 mil na contratação de um treinador, melhor ainda se gastar menos. E a escolha de Marcelo Fernandes também passa por isso. Nenhum outro treinador seria tão barato neste momento como o escolhido na última quinta-feira.
5. Como sabemos, o mercado não está repleto de bons treinadores. Os dois melhores, ou pelo menos os de mais nome, são Mano Menezes e Abel Braga. Opções essas que nem de longe se encaixam no teto salarial que o Santos está disposto a pagar. Se a diretoria santista decidir trocar de comandante num futuro próximo, o mercado pode estar abastecido de melhores opções do está que neste momento.
6. O presidente Modesto Roma, ao anunciar Marcelo Fernandes, declarou que os atletas pediram a efetivação do auxiliar. E a escolha do técnico pode servir como motivação para os jogadores, que sabem que apenas bons resultados irão manter o seu favorito. Motivação não vai faltar.
7. Desde o início de 2014, ainda com Oswaldo de Oliveira, o Santos adotou um esquema fixo (4-2-3-1). Desde então, a equipe criou uma base que está presente até hoje. O Peixe tem um time bem montado que não precisa de um Rinus Michels. Neste momento, é mais do que necessária uma manutenção dos bons trabalhos de Oswaldo e Enderson, pelo menos no que se diz respeito à tática. Nas duas partidas à frente do Santos, Marcelo já indicou que não irá inventar.
8. Mais do que nunca, a permanência de um treinador santista vai depender única e exclusivamente dos resultados. De qualquer forma, o novo técnico já tem a garantia de Modesto Roma que voltará à sua antiga posição de auxiliar se for preciso. Isso irá tirar um pouco de peso das costas do ex-interino, fazendo com que ele contribua com todo o seu potencial em favor do time.
E você, acredita que o Santos fez bem em efetivar Marcelo Fernandes como seu novo treinador? Comente no espaço abaixo.