Boteco da Champions: Contra tudo e contra todos
O futebol é famoso e aclamado em todo o mundo muito por sua máxima de que nem sempre o melhor pode vencer. É por isso que eu sempre repito: o futebol é, de longe, a melhor invenção do homem!
Futebol é sorte, é superstição, é oportunismo, é talento, é estratégia, é malandragem. Tudo isso, quando colocados num contexto onde tudo pode acontecer, contribuí para mais e mais pessoas se apaixonarem por este esporte.
Mas existe algo que vai totalmente na contramão de tudo isso, que é uma má arbitragem. Principalmente quando ela influencia diretamente nos desdobramentos duma partida.
Foi o que aconteceu nesta quarta-feira (11) no jogo entre Chelsea e PSG, pelas oitavas de final da Champions League. O árbitro holandês Björn Kuipers teve uma atuação tão ruim que devia pegar uma geladeira de no mínimo dois anos, pelo menos na competição continental.
Tudo começou com a expulsão do melhor jogador do PSG, Ibrahimovic. O camisa 10 chegou atrasado numa disputa de bola com o brasileiro Oscar, mas claramente retira o pé da jogada para minimizar o choque. Um cartão amarelo e pronto, tudo resolvido. Mas não (!!!).
A partir daí, o juiz perdeu totalmente a mão e os jogadores passaram também a dificultar muito o seu trabalho, catimbando, batendo, discutindo, simulando e reclamando. As suas próximas decisões foram todas discutíveis, porém claramente caseiras na grande maioria das vezes. Ora, não bastava ter expulsado o melhor jogador do time de fora?
Pelo lado do Chelsea, que diga-se jogou muito mal, era visível a presença dum aliado muito importante nessas partidas tão decisivas: a sorte. O primeiro gol dos Blues nasceu duma jogada totalmente fortuita. Diego Costa errou bisonhamente e, sem querer, deixou na medida para Gary Cahill marcar. Ou seja, era o Paris, sem seu melhor jogador, atuando fora de casa e em desvantagem no placar, diante dum Chelsea completo e auxiliado pelo árbitro e pela sorte.
Tudo apontava para um atropelamento, mas não, claro que não. Afinal, o técnico do clube inglês é José Mourinho, conhecido por ser o melhor manobrista de ônibus do mundo. Era só estacionar o busão, fechar a casinha e pimba, Chelsea classificado. Não tinha erro!
Mas David Luiz, na sina daqueles que amam marcar sobre aqueles que já os rejeitaram (vale lembrar que na última temporada o zagueiro foi pouquíssimo aproveitado na sua real função pelo time de Londres), foi lá e deixou tudo igual e levou a peleja para a prorrogação.
No início do primeiro tempo complementar, o nosso “querido” holandês resolveu marcar um pênalti discutível para o Chelsea, num toque de mão do zagueiro brasuca Thiago Silva. Eu marcaria o pênalti. Thiago foi imprudente ao levantar demais o braço. Eu só duvido que o juizão teria tido a mesma postura fosse na outra área.
Com o gol de Hazard, Mourinho teve mais uma chance de colocar o Chelsea para cima do PSG, que já estava completamente abatido. Só que o português quis, novamente, mostrar o porquê dele ser considerado o melhor montador de retrancas do mundo. O Chelsea parou de atacar, esperou e, gol…
Ao cabecear para o fundo das redes de Courtois, Thiago Silva mostrou que nada é mais lindo do que quando a justiça do campo impera sobre as injustiças daquele que deveria ser, e é pago para isso, o mais justo dentro duma partida de futebol.