Grêmio de Koff é exemplo de como não se montar um time
Zapeando os canais de jogos neste fim de semana, deparei-me com a partida entre Grêmio e Avenida, pelo Campeonato Gaúcho. Quando vi a escalação do Tricolor, eu confesso que me assustei.
Para alguns não pensarem que estou exagerando, vamos a ela: no gol, o bom Marcelo Grohe, um dos melhores goleiros do último Campeonato Brasileiro. Na linha de defesa, com exceção feita a Rhodolfo, o time gaúcho tem muito com o que se preocupar, afinal Galhardo, Erazo e Júnior estão longe de serem boas peças.
O meio campo, composto por Marcelo Oliveira, Felipe Bastos, Lincoln e Douglas é um catado digno de Série B, afinal é uma mistura de jogadores que disputaram a Segunda Divisão e jogadores que caíram para ela em 2014. Já no ataque, a missão de definir as jogadas ficaram na conta do jovem Luan, que caiu muito de produção, e do modesto Everaldo, que substituiu Marcelo Moreno de saída para a China.
Mas a missão deste texto não é criticar o novo presidente gremista, Romildo Bolzan Jr, nem mesmo comentar sobre o ano difícil que o time gaúcho fatidicamente terá pela frente, podendo até brigar para permanecer na Série A.
Quando eu assistia à partida do último domingo, o que não saía minha cabeça era que a bomba finalmente havia estourado. Eu não parava de me lembrar daquele time montado há dois anos por Fábio Koff, que aliás exerce o cargo de Vice de Futebol nesta nova gestão, com seu ataque de R$ 2,1 milhões por mês.
Kléber (R$ 650 mil), Barcos (R$ 550 mil), Welliton (R$ 500 mil) e Marcelo Moreno (R$ 400 mil) custavam quase a metade de toda a folha salarial do clube. Além de tudo, este ataque pouco produziu em toda a sua estadia em Porto Alegre. Era nítido que mais cedo ou mais tarde o dinheiro acabaria e acabou!
Agora resta ao time gaúcho reestruturar-se financeiramente para poder ter uma equipe competitiva lá na frente, possivelmente sem cometer as mesmas loucuras da gestão passada.
Contudo, o que mais me chama a atenção é que em muitos clubes brasileiros a bomba relógio já está em contagem regressiva. Por isso, está mais do que na hora das equipes se adequarem às suas receitas e às suas realidades, ou será que é sempre mais fácil jogar para a torcida?