Apequenando um gigante
O São Paulo está prestes a anunciar Alan Kardec como seu novo reforço. Pior para o Palmeiras, que mais uma vez terá de reinventar sua maneira de jogo e achar um novo substituto.
Ruim para Kardec, também. O jogador não é melhor que Luís Fabiano, que ainda tem a vantagem de ser ídolo, e muito menos do nível do Pato. No começo deverá até atuar. Muricy, como já tem feito, deve recuar Pato para colocá-lo ao lado de Ganso e jogar com Kardec e Luis na frente. Ou, então, recuar o novo reforço, como fez no Santos. Porém, não acredito no sucesso do quarteto por muito tempo. Ainda mais com um técnico que valorize a marcação, como o caso do são-paulino.
Pior pra sua carreira. Ao preferir os milhares de reais a mais do Tricolor, Alan demonstra descaso com o melhor momento do seu futebol. Em nenhum outro clube teve uma tão média tão boa. A história nos mostra vários jogadores que trocaram os seus melhores momentos por uma grana a mais e não se deram bem. E não é choro de derrotado. No Palmeiras, mesmo, há o caso Barcos, Keirrison, Vilson… Kaká, se formos aos campos europeus, é outro.
Se entrarmos no campo da ética, esta faltou ao São Paulo, que atravessou a negociação, mesmo dizendo que só procuraria o jogador ao fim do vínculo com o alviverde e, também, ao pai e empresário de Alan, que, ao fazer leilão do filho, tentou arrancar o máximo dos dois clubes. Um direito, mas que no futebol recebe a alcunha de “mercenário”.
Agora ruim mesmo ficou para Paulo Nobre. Sua austeridade foi longe demais. Transformou o Palmeiras em clube médio – senão pequeno – que vende o destaque por simplesmente não quer valorizá-lo – ou por não ter como valorizá-lo, , como alega o mandatário do time. Kardec é apenas mais um exemplo. Já foram Barcos, Henrique, Vilson. Quem serão os próximos? Valdívia e Wesley?
Paulo Nobre age como um empresario em crise e, ao invés de trabalhar para aumentar as receitas, tenta gastar o mínimo e espera que a marca traga retorno sozinha. Porém, a cada negociação dessas, demonstra ao mercado que não faz questão de ser competitivo. Não briga por títulos. Afasta jogadores e patrocinadores.
Por fim, a Sociedade Esportiva Palmeiras irá continuar. Seguirá seu rumo sem Alan Kardec. Como bem disse Fernando Prass, já perdemos Edmundo e Evair e seguimos. E, convenhamos, Kardec está longe de ser um Evair.