Boteco da Champions: a ginga brasileira deixa tudo igual na Espanha
Com a rodada desta terça da Champions League, percebi que estamos chegando à divisão total de torcida aqui no Brasil. Além de acompanharmos o futebol europeu, começamos a torcer pelos times de lá, como torcemos pelos daqui.
A constatação veio no gol de empate do Barcelona. Como acompanhava através da TV por assinatura, que tem um pequeno atraso, ouvi gritos de gol pela vizinhança. Fiquei perplexo, pensei que estavam jogando vídeo game… Não, era a reação pelo empate da equipe da Catalunha. Logo estaremos na Paulista, comemorando um título de Champions ou Liga Espanhola.
Após esse breve desabafo, vamos ao que interessa. A partida entre Barcelona e Atlético foi muito bem disputada, mas acabou como as últimas entre as duas equipes: empatada.
No primeiro tempo só deu jogo para a equipe de Messi, mas, como vem sendo de praxe nesta temporada, havia um problema tático. O time de Simeone estava muito bem armado. Já o do seu compatriota, Tata Martino, estava preso à boa marcação. Com Neymar na direita, o máximo que conseguiram foram cartões e um bom chute do brasileiro.
Ou seja, foi uma superioridade mínima. O Atlético parecia que levaria vantagem quando Piqué, com uma lesão nas costas, ficou fora de combate. A impressão passou quando Diego Costa, que já era dúvida para o duelo, deixou o campo com uma nova lesão, desta vez, na coxa direita. Diego, ex-Santos, entrou em seu lugar.
O jogo recomeçou e, aos dez minutos, Diego, que substituiu o xará de sobrenome Costa, driblou Xavi e acertou um lindo chute, de trivela, no ângulo. Sem chances para Pinto, goleiro substituto do machucado Váldez. Pausa para dar crédito ao colega Rodolfo Gomes, que sempre se lembra do atleta formado na Vila quando o assunto é bons camisas 10. Diego fez uma ótima partida, com calma, deu a cadência necessária.
Após o gol, Martino fez uma pausa, leu o Futeboteco e tirou Fábregas do time e deslocou Neymar para o lado esquerdo, seu lugar de preferência. Bastaram três minutos para a mudança surtir efeito. Iniesta, pouco operante na ponta-esquerda, voltou à posição de origem e deu passe genial para o camisa 11, sem nem ajeitar, empatar a partida.
O Barcelona melhorou no jogo, criou mais algumas oportunidades, sem aproveitá-las. Do jogo ficam duas coisas: Simeone achou um jeito de parar Messi (nos últimos cinco jogos diante do Atlético, o argentino não fez nenhum gol, não deu uma assistência sequer e ainda perdeu um pênalti). Neymar, em contrapartida, chegou ao quarto gol na UCL e mais três assistências, igualando Ronaldinho no primeiro ano de Barça.
Por fim, uma curiosidade minha: será que o Santos pode abater esses dois gols do jogo de volta daquele 8 x 0?
*Sempre que houver rodada do maior torneio de clubes do mundo, a Champions League, e Felipe Oliveira vacilar, Renan Rodrigues lhe roubará a bola e escreverá neste espaço.