Juquinha, eis a importância dos estaduais
Juquinha é um cara que acompanha muito futebol. Na verdade, o futebol europeu. Por aqui, assiste apenas o time dele, um gigante paulista, através do Premiere Futebol Clube.
No Twitter, critica tudo que diz respeito à bola jogada no país. Da organização ao calendário. Do protagonismo dos grandes à queda deles, que empobrece as finais. Sobra até para o estadual, que passa de Paulistão, quando campeão, para paulistinha, quando eliminado. Agora, Juquinha apoia o fim dos estaduais e garante que eles não têm mais importância.
Primeiro devemos dizer que sim, o futebol brasileiro deve muito em questões organizacionais. Não podemos, em hipótese alguma, negar isso e iludir quem nos lê. Depois, devemos dizer não, o Campeonato Paulista e os demais estaduais possuem o seu valor.
Ontem, no Morumbi, o soberano São Paulo recebeu o pequeno Penapolense. O jogo valia vaga nas semifinais do torneio. Para os tricolores, aparentemente, valia o mesmo que os embates disputados nas rodadas anteriores – ou seja, nada. Para o pessoal de Penápolis, uma final de Copa do Mundo.
Melhor taticamente e fisicamente, a equipe do interior não se abalou com o favoritismo do adversário. Começou a partida melhor, criando algumas oportunidades. Vontade não faltou. Talvez, um pouco de técnica, que devia sobrar do outro lado, cairia bem.
O São Paulo criava algumas oportunidades com Álvaro Pereira (depois de muitas apostas equivocadas, um acerto no quesito contratações) e Osvaldo, os dois pelo lado esquerdo do campo. Pra variar, Ganso e Luís Fabiano seguiam escondidos.
O tempo foi passando e nada de gols. Certamente, alguns cochilaram durante a fraca peleja. Até que o São Paulo se deu conta que o 0 x 0 não o levaria para canto algum. Ameaçou uma pressão, já nos minutos finais, mas sem sucesso.
Fomos às penalidades e, teoricamente, o favorito ainda era o mandante. Até o criticado Rodrigo Caio bater o penal com o qual todo goleiro que tentará defendê-lo sonha: à meia altura, não muito pro canto e sem força. Não deu outra: desperdiçou a primeira do lado são-paulino. Ganso desperdiçaria a segunda, mas o juiz deu uma força e mandou voltar a cobrança.
Aqui, uma pausa para uma reflexão: até onde vale catimbar e provocar? Até quando o adversário leva na esportiva? Foi o que Rogério Ceni, goleiro multicampeão, fez ao falar ao menino Douglas Tanque, que pegaria seu penal. Não pegou, recebeu um petardo e um “pega aí, agora”. Veja na quarta cobrança:
Agora, Juquinha, viu a foto que ilustra este post? Então, vá aos jogadores do Penapolense, que fizeram história ontem, e diga a eles que o Paulistão não tem importância.