O melhor brasileiro no Brasil
Não quero saber se estamos na oitava rodada do campeonato ou se o Coritiba não terá fôlego para brigar até o fim pelas primeiras posições. Nada tira de Alex o posto de melhor brasileiro que atua no Brasil.
Com a saída de Neymar para o Barcelona, de Paulinho para o Tottenham, e a incurável inoperância de Ganso, não há quem me convença do contrário.
Nem os atleticanos e selecionáveis Ronaldinho, Bernard e Jô. Nem os experientes Fred, Elano e Pato. Nem os novatos Neilton e Rafinha. Nem os gringos Seedorf, Forlán, D’Alessandro, Barcos, Vargas, Marcelo Moreno, Guerrero e Montillo, caso tivessem nascido por aqui. Nem o argentino Scocco, na eventualidade de ser brasileiro e já ter estreado pelo Inter, ou outra contratação colorada, o apoiador que retornou ao Beira-Rio e é xará do capitão do vice-líder do Brasileirão.
Alex é melhor que todos.
Além de técnica igual ou mais refinada, o curitibano tem algo que, nem de longe, os concorrentes têm em proporção idêntica: regularidade.
Talvez apenas Seedorf se aproxime dela, mas, ainda assim, não consegue se equiparar. E mesmo que consiga, o maestro do Botafogo, apesar de casado com uma brasileira, é surinamense naturalizado holandês. Somente o citei para dar dimensão ao tamanho do talento do protagonista desta coluna e, portanto, o meu serviço fica mais fácil.
Regulares também tem sido os veteranos Zé Roberto, Juninho Pernambucano e Danilo, que superaram o tempo assim como Alex. Mas a questão também não deve ser essa, afinal, o destaque do Coxa é genial desde quando a torcida palmeirense o chamava de sonolento e reclamava que ele desaparecia em algumas partidas.
O ponto é que Alex é um jogador completo: tem cérebro, visão e categoria; é canhoto mas também chuta com a direita, forte, colocado, de longe e de perto; passa curto, longo, alto, baixo, arma, desarma, marca (gols), cruza, dribla, “dá chapéu”, “letra”, cobra falta, cabeceia, cadencia, acelera, domina a bola até de canela; o time, com liderança; corta o cabelo, apara a barba, assovia, masca chiclete e faz unha e bigode (ufa!). Tudo com a mesma competência. E muito provavelmente só não se arrisca debaixo das traves porque considera sacanagem com Vanderlei, o camisa 1.
Não bastasse tantas qualidades, o cara ainda pertence à famosa categoria dos “meias armadores clássicos”, cuja fama existe muito por conta da extinção da espécie.
Ou seja: é o legítimo 10. Um craque na acepção da palavra, com todas as letras maiúsculas.