Antes Leão do que Falcão
Como já disse antes, defendi Adilson à época de sua contratação. E fiz isso por um motivo muito simples: Dorival não estava livre, e não havia ninguém melhor no mercado.
Pois bem, errei, me arrependi e tudo o mais. E agora, lá vamos nós de novo:
O São Paulo fez bem em contratar Leão. E quem tiver uma ideia melhor que atire a primeira pedra.
É o técnico dos sonhos? Longe disso. Mas a situação do Tricolor, hoje, não demanda tanto. Na verdade, ficou tudo muito simples. O título do Brasileirão já foi pro brejo. A briga na Libertadores, entretanto, está mais viva do que nunca, principalmente levando-se em conta que as quartas-de-finais da Sul-americana tão praticamente na mão.
Ou seja: pra conquistar o maior objetivo do ano, Luís Fabiano e cia não precisam jogar o fino da bola. Basta corrigir alguns defeitos bisonhos do time de Adilson, como a defesa esculhambada, as costas dos laterais e o excesso de confiança em volantes medíocres.
E tudo isso, o novo técnico consegue fazer. Na verdade, ele até já conseguiu antes. Basta lembrar quem foi que arrumou o bom time de Cuca, que sofria de baixa-estima em 2005. E basta lembrar que, a partir dali, surgiu uma das melhores equipes da história são-paulina.
Além disso, o Tricolor precisa tomar um choque. E pra isso, não tem técnico melhor do que Leão. O cara grita, esperneia, dá bronca e barra quem tem salto alto. É o cara ideal pra cobrar Lucas, que ao contrário do que dizem por aí, é sim um ótimo jogador. E é o cara pra acabar com os privilégios malucos de Rivaldo.
Só que o leitor atento vai notar uma coisa, com toda a razão: tudo o que eu disse refere-se a 2011. E depois? Bom, aí confesso que são outros quinhentos. Se, a curto prazo, Leão me parece o cara, tenho dificuldades em imaginar ele comandando o time desde o começo de um ano. Aí, talvez, seja melhor alguém no estilo Adilson, ou melhor dizendo, naquele estilo que só deu errado no São Paulo desde que Muricy saiu. Alguém, assim, tipo Falcão.
Mas, agora, não. Agora é tiro curto. É hora do são-paulino admitir que já não torce mais pra um time tão diferenciado quanto torcia há alguns anos atrás.
Ou seja: eu preferia o Felipão. Mas quem não tem Felipão, caça com Leão. Quem sabe não dá certo?