Nervos (ainda) à flor da pele
Ao saber da agressão de 20 torcedores palmeirenses no volante João Vítor, juntamente com o cunhado e mais uma pessoa, imediatamente veio à minha cabeça um post de Gabriel Lima no final de março do ano passado (clique AQUI e leia).
Sob o título “Palmeiras à flor da pele” e uma imagem de Diego Souza ensandecido, nosso colunista tratava do quão difícil é a tarefa de jogar no Palmeiras e apontava os motivos para o nervosismo do time
A certa altura do texto, ele dizia: “O Palmeiras é um time nervosíssimo. Falei isso ano passado [em 2009], mas esse ano [2010] parece que ficou ainda pior.”
E não é que tal frase é atualíssima?
Há muito, a pressão (interna e externa) que sempre foi enorme, sem títulos, tomou proporções homéricas, deixou a organizada ainda mais violenta e intolerante. As “famiglias” que dividem a política do clube, ainda mais egoístas e traiçoeiras.
Não à toa a equipe, sempre que vai bem, treme nos momentos decisivos, como aconteceu na semifinal da Sul-Americana de 2010. Como aconteceu neste ano na semifinal do Paulistão, na qual o Verdão perdeu nos pênaltis para o Corinthians. Motivo pelo qual João Vítor, cujo último chute desperdiçou, foi atacado ontem.
Não à toa o ídolo e capitão do time, a cada novo vexame, perde a estribeira e joga mer… no ventilador. Seu comandante, ao invés de controlar a situação, se irrita com a imprensa e fala o que não deve. Kléber – que com o seu estilo gladiador de jogar ilustra perfeitamente uma equipe que entra em campo pra guerrear contra tudo e todos – aproveita o embalo, e fala também.
Saltam aos olhos a pressão a que esses jogadores são submetidos. Tomo a liberdade de me apoderar de mais um trecho do referido manuscrito de meu amigo: “Está no jeito do time jogar. Nas reações da torcida. No semblante dos jogadores.”
A questão, como já dito, é que não é de hoje que os nervos palestrinos estão à flor da pele.
Desde 2008, quando Luxemburgo brigou com integrantes da Mancha Alviverde que esperavam o time no aeroporto de Congonhas, o sentimento de tensão toma conta do Parque Antartica.
Desde 2009, quando membros da mesma facção agrediram Vágner Love na saída de um banco. Fato que fez com que ele deixasse o clube.
Desde 2010, quando parte da torcida também expulsou Diego Souza, um dos craques da atual edição do Brasileirão.
Desde 2011, quando após os 6 a 0 sofridos para o Coritiba, três coquetéis de molotov foram arremessados para dentro do CT, e um deles quebrou o vidro do carro do atacante Luan.
Como é possível jogar de “cabeça fria” em um time que sofre tamanha pressão?
À parte o fato de x ou y defender o protesto, o Palmeiras não deveria entrar em campo nesta noite.