Por que não?
Veloz, ágil, técnico, driblador, goleador, sabe se posicionar, sabe fazer o pivô…
Não, não é de Ronaldo que me refiro, tampouco de Romário, Careca ou Muller.
As características citadas acima são de Borges, o qual anotou mais um em mais uma rodada de Brasileirão.
Todavia, muito bem poderiam ser de qualquer um desses gênios que muito fazem falta ao selecionado tupiniquim.
E é por isso que me pergunto: Borges não tem espaço na Seleção?
Escuto, por dia, inúmeros pitacos no time de Mano e em nenhum deles o nome do artilheiro do campeonato nacional está presente. Nem quando o assunto é uma seleção composta, apenas, por atletas que atuam por aqui.
Borges cansou de balançar as redes em todos os clubes nos quais jogou (Paraná, 19 em 36; Vengalta Sendai-JAP, 23 em 36; São Paulo, 54 em 150; Grêmio, 30 em 59) e, nem por isso, sequer é lembrado pelo torcedor do seu próprio time como opção para vestir a 9 do Brasil.
É realmente muito curioso como no futebol do marketing, jogadores sem vocação para serem popstars perdem espaço.
É verdade, também, que tanto no São Paulo como no Grêmio, o artilheiro das cambalhotas esteve envolvido em polêmicas com treinadores. E isso deve, sim, ser considerado.
No Tricolor Paulista, legitimamente inconformado com o banco de reservas, veio a público reclamar, falou o que não devia, e criou um clima estranho no grupo, principalmente com o seu treinador atual, Muricy Ramalho, e o titular do ataque são-paulino na época, Washington.
No Tricolor Gaúcho, também comprou briga com seu técnico. Após expulsão na derrota para a Universidad Católica no Olímpico e pênalti perdido no Gre-Nal, Renato Gaúcho o sacou do time. O atacante, por sua vez, o chamou de “treinador de mer…”. Por isso, foi negociado com o Santos.
Hoje, Borges tem 16 gols em 19 partidas e um faro de gol (segundo o Datafolha, um gol a cada três chutes) que nem o ótimo Damião, nem qualquer outro centroavante brasileiro possui.
Idade?
Jonas, ex-companheiro de ataque do “trintão” Borges, com 27 anos – 30 na Copa -, também não é mais nenhum garoto.
Nilmar, com a mesma idade, já foi chamado durante a “Era Mano”…
Então, o que dizer de Fred, com os mesmos 27 anos, há uma década sem marcar pelo Flu, e figura cujo nome sempre compõe os 22 (ou 23) selecionados?
Na mesma convocação, Renato Abreu, aos 33, foi lembrado e, Borges, que poderia ser, não foi.
Sorte de Muricy, que não terá de se preocupar com mais um possível desfalque.
Aliás, quando Borges chegou à Vila, decerto não foi com a idade dele que o treinador se preocupou…
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*Adendo pós-postagem: Sorte de Tite que o baiano Liédson agora é lusitano, pois mesmo com 33 anos, seria facilmente titular do Brasil. Azar da Seleção…