Análise da 13ª rodada
Com a unamidade do quarteto carioca e uma única vitória paulista, a 13ª rodada agitou o campeonato tanto embaixo quanto em cima da tabela.
O Flamengo toma a vice-liderança do São Paulo e encosta no Corinthians. Na quarta posição aparece o Palmeiras, seguido pelos cariocas Vasco e Botafogo.
Lá embaixo, os aparentemente rendidos Avaí e Atlético Paranaense reagem, enquanto o América Mineiro permanece apanhando. Quem também dá o ar de sua graça na zona da degola é o Santos que, entretanto, não deve ficar por muito tempo nela.
Jogos do sábado:
Flamengo 2 x 1 Grêmio – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Quando escrevi o Guia Futeboteco do Brasileirão 2011, coloquei o Flamengo, pela qualificado elenco que possui, entre os favoritos ao título (nos palpites, o cravei como campeão).
Tal sucesso, como explico no manuscrito, seria possível, sobretudo, caso Ronaldinho se aproximasse daquele bicampeão do prêmio de melhor do mundo da Fifa, em 2004 e 2005.
No meio de semana, na Vila, e anteontem, no Engenhão, ele se aproximou.
Colocou o Flamengo na vice-liderança e, ao lado de Thiago Neves, pode muito bem superar Ganso-Neymar e fazer a melhor dupla deste campeonato.
No entanto, vamos com calma! Vale lembrar que, até aqui, a passagem do Gaúcho pela Gávea é marcada por oscilações trepidantes, com menos “altos” e mais “baixos”.
Vale ressaltar, também, as péssimas condições do gramado do Engenhão, tal como a evidente necessidade de reforços por parte do Grêmio.
Cruzeiro 0 x 1 Botafogo – Arena do Jacaré, Sete Lagoas (MG)
Loco voltou e contagiou o Fogão com a energia celeste. Foi o melhor de uma partida em que a marcação imperou ante as jogadas ofensivas.
Com a vitória pelo placar mínimo, o Alvinegro assumiu a sexta colocação e Caio Júnior deve, por ora, acalmar os torcedores botafoguenses que clamam por Cuca.
Caio faz bom trabalho em General Severiano e merece, como qualquer um, tempo para continuá-lo. Assim como Joel Santana que, na noite deste último sábado, em Sete Lagoas, ouviu os primeiros gritos de burro à frente do Cruzeiro.
Ele não tem culpa de que Montillo não foi o mesmo dos últimos Cruzeiro x Botafogo.
Palmeiras 3 x 2 Atlético Mineiro – Canindé, São Paulo (SP)
Uma partida eletrizante, em que o placar representa com fidelidade o que foi a busca incessante das duas equipes pela vitória.
Do lado palmeirense, Marcos Assunção e suas cobranças de faltas “feitas com as mãos”, pra variar, foram a principal arma alviverde.
Será também na Sul-Americana que, com a participação de Flamengo e São Paulo, promete ser disputada entre os brasileiros; e o Verdão terá sua vida facilitada nesta fase incial, na qual enfrenta o já classificado para Libertadores Vasco da Gama, com o primeiro jogo ocorrendo no próximo dia 11, em São Januário.
O Galo, por sua vez, se valeu da velocidade de Neto Berola, o qual infernizou a zaga palmeirense e conferiu o segundo tento dos atleticanos.
Como os dois não podiam sair vencedores e, muito menos, uma bela partida de futebol terminar empatada, o Palmeiras levou os três pontos e acorda nesta segunda-feira ainda no G4.
Aspectos menos relevantes quando comparados ao excelente trabalho que fazem Luís Felipe Scolari e Dorival Júnior em suas respectivas equipes, apesar das dificuldades que encontram para realizá-los.
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Jogos do domingo:
Por Gabriel Lima
São Paulo 0 x 2 Vasco – Morumbi, São Paulo, SP
Adilson Batista foi quase profético. Antes do jogo, disse que seu time devia tomar cuidado com os contra-ataques vascaínos, principalmente com o rápido atacante Éder Luís. Tanto estava certo, que o primeiro gol do jogo saiu, justamente, dos pés de Éder Luís em um rápido contra-ataque cruz-maltino. O que isso quer dizer, não sei bem. Pode ser um sinal de que Adilson conhece o time que tem e só precisa de mais tempo. E justiça seja feita, o São Paulo teve bem mais chances que o Vasco, mas esbarrou em uma ótima atuação do ótimo Fernando Prass. Enfim, sorte do time de Ricardo Gomes, que segue fazendo ótima campanha. Ricardo Gomes que, aliás, mexeu muito bem ao sacar Juninho, que é ídolo, mas nem por isso é intocável.
Avaí 3 x 2 Corinthians – Ressacada, Florianópolis, SC
O Timão começou o jogo a todo vapor, com Ralf marcando muito, William azucrinando e Danilo dando ótimos passes. Quando saiu o primeiro gol, o jogo parecia dominado. Mas aí Danilo se machucou. Seu substituto Alex, nitidamente sem ritmo, não substituíu à altura. E o jogo terminou virando pro lado azul, que teve atuação de gala de sua dupla de ataque, com destaque para o golaço de Rafael Coelho. Uma coisa ficou nítida: o Corinthians não tem zaga reserva. Leandro Castan e Paulo André são terríveis. No ataque, Liédson também não tem reservas à altura. O resto do time é ótimo e muito bem treinado, mas começa a revelar alguns pontos fracos.
Fluminense 4 x 0 Ceará – Engenhão, Rio de Janeiro, RJ
Tem dia que tudo dá certo. Foi o caso do Flu, no Engenhão. A carroça desembestada cearense foi parada por um esquema muito bem montado por Abel Braga. Sóbis desencantou, e mostrou para a torcida tricolor o ótimo jogador que é. Pra não ficar por baixo, Fred também fez o seu. Dupla de ataque invocada, que promete dar trabalho, ainda mais se Souza continuar jogando assim. Já, do lado do Ceará, o dia não foi do caçador, mas não é pra se desesperar. O vozão continua tendo um time muito bom dentro de suas possibilidadades, e não pode se abater com uma goleada. E se dá pra tirar uma lição dessa história, ela é: não se pode depender tanto de Washington.
Internacional 0 x 0 Atlético-GO – Beira-Rio, Porto Alegre, RS
Com muitos desfalques em função de seu tour pela Europa, o Inter empatou em casa, com um dos times mais fracos do torneio. Vacilo que pode custar caro lá na frente, se o time ainda tem ambições de brigar pelo título. No próximo jogo, contra o Flu, já voltam Damião e Bolívar, e a equipe titular colorada deve começar a se desenhar. Fato é que, ao que parece, o banco não é dos melhores, tampouco as jovens revelações coloradas parecem dignas de nota. O Atlético? Bem, se não cair com esse time, já estará de ótimo tamanho.
Atlético-PR 3 x 2 Santos – Arena da Baixada, Curitiba, PR
Sem querer tirar os méritos da equipe de Renato Gaúcho, o Santos apanhou, mesmo, foi do gramado. O primeiro gol, de Cléber Santana, nunca sairia em condições normais de jogo. Não que seja desculpa: Edu Dracena e Durval precisam tomar mais cuidado. No segundo gol do Furacão, marcado por Manoel, ambos estavam dormindo. Neymar? Até tentou, e fez um belo gol (pra variar), mas foi claramente prejudicado pelo campo, que não deixava a pelota correr. Mesmo pode-se dizer de Arouca. Mas eu lembrei de Vicente Matheus: “jogador tem que ser como o pato, que é um bicho aquático e gramático”. Lição que vale para a vida dos meninos da Vila, afinal, essa tarde, Ganso mostrou que só está habituado ao ambiente terrestre. Ah! Só uma coisa… Vai ter Copa na Arena da Baixada, mesmo?
América-MG 1 x 3 Coritiba – Arena do Jacaré, Sete Lagoas, MG
Seria uma pena jogar fora o ótimo trabalho que o Coritiba vinha fazendo por conta da ressaca da Copa do Brasil. Marcos Aurélio continua sendo um bom centro-avante, assim como David continua sendo um meia promissor. O time também continua muito unido e bem treinado. Prova disso foi esse duelo de alvi-verdes, em que o Coxa sufocou desde o começo. Claro: é o América, o time mais fraco do campeonato. Mas vale pra dar moral, ainda mais por ser fora de casa. Acho que os paranaenses ainda podem surpreender nesse campeonato.
Bahia 3 x 1 Figueirense – Pituaçu, Salvador, BA
Torço descaradamente pra Renê Simões, que considero um bom técnico, uma ótima pessoa e um profissional excelente. E disse, desde o começo: o Bahia vai fazer bonito. Claro que esse jogo não é parâmetro pra nada, afinal, o Figueira começou melhor e o gol achado de Reinaldo mudou a cara do jogo. Mas acho que o Bahia ainda pode dar mais. E, nesse sentido, a primeira vitória em casa já é um bom sinal. Que o diga a belíssima torcida tricolor. Só não digo o mesmo do Figueirense de Jorginho, que vem penando e, se não abrir o olho, volta pra a Segundona fácil, fácil…