Análise da 6ª rodada
Se até então o predomínio era paulista, desta vez imperaram os cariocas, donos de quatro das nove vitórias ocorridas nesta 6ª rodada sem empates.
Tivemos, também, a primeira derrota de quem até então só havia vencido. A vitória de quem não sabia o que era isso e mais uma derrota de quem só quer saber disso.
Com um jogo a menos, a goleada do Timão no Majestoso lhe dá, em aproveitamento, a liderança que ainda é do São Paulo, em seis apresentações.
O destaque individual, justamente no final de semana em que o River Plate cai para a Nacional B, fica por conta dos argentinos: Montillo, Conca e D’Alessandro voltaram a brilhar por suas respectivas agremiações.
Jogos do sábado:
Flamengo 4 x 1 Atlético Mineiro – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Este duelo com o Galo serviu para dimensionar o que o Flamengo, com o elenco que tem, pode fazer – quando quer.
A partida começou pra valer somente no segundo tempo, com um gol logo de início do Atlético, oriundo de uma cabeça de Dudu Cearense.
O empate veio por meio de uma pintura dum Ronaldinho o qual mais parecia aquele que vestira a 10 do Barcelona, anos atrás.
Nessa toada, o Mengo virou, fez o terceiro, o quarto, de Deivid!, e coros de olé inevitavelmente se transformaram na trilha sonora do embate.
A goleada se construiu a partir do momento em que seu astro resolveu jogar, fez companhia ao sempre empenhado Tiago Neves, autor do segundo tento, e as substituições realizadas por Luxa (Deivid e Negueba, nos lugares de Wanderley e David Braz) surtiram efeito.
A possibilidade de título na Gávea passa, sobretudo, pelos pés destes, os quais brilhararam ontem, porém andam colecionando momentos de total ausência de luminosidade.
Cruzeiro 2 x 1 Coritiba – Arena do Jacaré, Sete Lagoas (MG)
Aleluia, O Cruzeiro ganhou a primeira!
Aleluia, Montillo estreou neste Brasileirão!
Mérito de Joel?
Está mais para azar do Coritiba, cuja apresentação foi melhor apesar do resultado adverso.
Agora que a Raposa venceu o trauma da eliminação precoce na Libertadores, é hora de se preocupar com o Coxa, nocauteado desde a perda do título da Copa do Brasil.
Atlético Paranaense 0 x 2 Bahia – Arena da Baixada, Curitiba (PR)
Se o Cruzeiro finalmente conseguiu vencer uma, não foi desta vez que o Furacão perdeu a virgindade na competição.
Muito pelo contrário.
A derrota por 2 a 0, na Arena da Baixada – em que, até pouco, era missão das mais árduas vencer os donos da casa -, desenha, ainda na 6ª rodada, um futuro dos mais nebulosos para o Atlético, candidato a saco de pancadas dessa edição.
O Bahia aproveitou e a segunda vitória seguida injeta ânimo nessa equipe que, embora credenciada ao descenso, possui elenco para brigar por colocações dignas de sua grandeza.
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Jogos do domingo:
Corinthians 5 x 0 São Paulo – Pacaembu, São Paulo (SP)
A coluna do Estado de S. Paulo deste domingo, assinada por Paulo Vinícius Coelho (leia a reprodução dela em seu blog), explica exatamente por qual motivo Tite e Paulo César Carpegiani, após senhores fracassos (eliminação na Libertadores para o Tolima, e da Copa do Brasil para o Avaí; respectivamente), chegararam a este Majestoso.
O primeiro, por Andrés Sanchez, diferentemente da maioria na cúpula do Timão, entender que Tite não merecia ser demitido com apenas uma derrota. O segundo, por ter sido submisso à Juvenal Juvêncio, não ter pedido a saída de Rivaldo e, na sequência, ter sido convencido à forcéps de que deveria investir nos garotos de Cotia, para que o clube, ao menos, conseguisse vender algum jogador daqui pro final do ano (esta segunda parte não consta na coluna de PVC).
É claro que, ao mesmo tempo que a altíssima multa recisória de Carpa (segundo a Revista ESPN, de 1 milhão de reais) torna sua situação cômoda, é possível atestar coragem do treinador em abraçar à causa. Muito, também, porque esses jovens realmente são detentores de talentos consideráveis.
Em contrapartida, a falta da experiência deles, em uma equipe com média de idade de 22,9 (tirando Rogério Ceni, o qual, aliás, falhou bisonhamente no último gol), contribuiu para a maior goleada que este confronto já teve e os cinco gols sofridos pela, então, melhor defesa.
Tal como a ausência de Lucas ajudou.
A confusa arbitragem de Rodrigo Braghetto também atrapalhou – os dois lados.
Motivo principal para essa goleada foi a combinação da melhor atuação de Danilo (o qual só joga bem contra o seu ex-clube) e o retorno de Liedson às redes, cuja abstinência de gols se dava desde a estreia corintiana, no Olímpico, contra o Grêmio.
Apesar da discrepância que o placar possa sugerir, tais equipes possuem muito mais semelhanças que diferenças. Elas vão desde a insegurança com seu treinador, à esperança em quem está de fora e pode colocar sua respectiva agremiação na condição de favorito ao caneco.
Botafogo 2 x 1 Grêmio – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
E o Fogão comprovou – de vez – a boa fase.
Jefferson, sua convocação para a Copa América.
Elkeson, tornando criativo um meio-campo, antes, afeito à caneladas, o título de principal jogador deste time, na ausência do ídolo maior da torcida, Loco Abreu.
O Guia Futeboteco do Brasileirão 2011, por ora, a condição de publicação “mais gurú” da mídia esportiva nacional, ao destacar Cidinho na seção “fique de olho”.
O Engenhão, a condição de um dos piores empreendimentos da história do esporte brasileiro, com a queda da iluminação do estádio pela terceira vez no ano.
Não por isso, pode-se afirmar que o apagão afetou o derrotado da vez, Grêmio.
O Tricolor jogou bem, principalmente na primeira etapa, mas esbarrou na muralha que defendia a meta adversária.
Aliás, o Grêmio é um dos clubes que mais será privilegiado com a antecipação da janela de transferência de jogadores vindos da Europa, e, por isso, pode perspectivar subidas no tabela. Decerto, Marquinhos (que vem jogando desde a terceira rodada, mas iniciou uma partida somente nessa rodada), Gilberto Silva e Miralles acrescentarão qualidade a esse elenco. Isso sem falar em Escudero, que ainda não conseguiu jogar o que jogava no Vélez.
Contudo, não se pode esquecer que, há três partidas sem vencer, os pontos perdidos agora podem impedir que Renato Gaúcho tenha tempo para ambientar tais reforços.
Avaí 0 x 1 Fluminense – Ressacada, Florianópolis (SC)
O Flu venceu. Não por isso, convenceu. Ao menos, consegue somar três pontos após quatro rodadas contando com no máximo um. Os três primeiros de Abelão, desde o seu retorno.
A boa partida que fez Conca também merece destaque e abastece de esperança os corações tircolores. Há muito o argentino não repetia uma atuação digna daquelas que lhe renderam o título de melhor jogador do Brasil, no ano passado.
Já o Avaí, a cada rodada, se credencia mais para a disputa da Série B em 2012.
Ceará 2 x 0 Palmeiras – Presidente Vargas, Fortaleza (CE)
O Palmeiras começou avassalador. O gol do Ceará, em sua primeira investida ao ataque, desacelerou o time de Felipão.
Daí pra frente, o alvinegro equilibrou a partida e se mostrou bem mais perigoso nas jogadas de ataque, especialmente pelo lado direito da defesa palmeirense, setor onde Vicente, um dos melhores em campo, deitou e rolou.
O Verdão, repetindo o que aconteceu contra Cruzeiro e Internacional, poderia muito bem ter saído vitorioso. Nesta oportunidade, é verdade, o gol sofrido logo de início desestabilizou completamente a equipe que, na segunda etapa, foi inoperante.
O Vovó, em contrapartida, conseguiu transformar a mesma pressão de suas duas últimas atuações no PV, contra Botafogo e São Paulo, em vitória.
Méritos do time de Vágner Mancini que, a exemplo de Atlético Goianiense e Bahia, possui plantel mais qualificado que os consagrados Atléticos do Paraná e de Minas. Porém, a força das camisas de seus adversários e uma possivel arbitragem tendenciosa, pode fazer com que caia em seus lugares.
Internacional 4 x 1 Figueirense – Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Na Análise da 3ª rodada, Falcão fez “ufa!”, com a goleada de 4×2 sobre o América Mineiro.
Por empatar nas duas rodadas seguintes e tornar a ver seu emprego ameaçado, mais quatro gols em uma mesma partida trouxeram alívio ao técnico-ídolo do Internacional.
Outra oportunidade que esse time tem para passar a frequentar posições mais condizentes com a qualidade que possui.
Ao Figueirense, talvez seja o alerta para não se deixar iludir com a posição que vem ocupando.
Atlético Goianiense 0 x 1 Vasco da Gama – Serra Dourada, Goiânia (GO)
No primeiro tempo, o Vasco, sempre por meio do velocista Éder Luis, se movimentou intensamente, envolveu os goainienses e fez 1 a 0, com o “gol vingativo” de Felipe no time de PC Gusmão.
Na segunda etapa, os cruz-maltinos voltaram apáticos e, então, só deu Dragão.
Sendo assim, do camisa 7, o nome da partida se transferiu para aquele que vestia a número 1. O capitão Fernado Prats, dentre vários milagres operados no Serra Dourada (no mínimo, quatro), protagonizou um digno de competir com o que praticou o colorado Muriel, em Curitiba, na rodada passada.
Se, na semana anteiror, fiz uma analogia da defesa do arqueiro do Inter àquela realizada pelo santista Rodolfo Rodríguez, contra o América de Rio Preto, no Paulistão de 1984; durante a transmissão do Sportv, a defesa do vascaíno foi comparada à cabeçada de Pelé espalmada por Gordon Banks, na melhor partida da Copa do Mundo de 1970.
Dessa forma, não seria necessario escrever que, graças ao seu goleiro, o Vasco venceu mais uma e encostou no G4.
É necessário escrever e reescrever: mantém a boa fase e, por ora, permanece podendo se preocupar em apenas se preparar para o próximo ano, quando disputará a Libertadores após 11 anos.
Santos x América Mineiro – Vila Belmiro, Santos (SP)
Partida adiada para o dia 7 do próximo mês, por conta do merecido descanso cedido aos campeões da Libertadores. No dia seguinte, 8, a análise do confronto entre santistas e mineiros será publicada aqui, neste espaço.