Análise da 4ª rodada
Na rodada dos empates, o São Paulo, único 100%, venceu a sua quarta partida e se manteve isolado na liderança.
Logo atrás, mais dois paulistas: Corinthians e Palmeiras se aprontam em por fim à hegemonia carioca em competições nacionais (Fla-Flu, últimos campeões brasileiros; e Vasco atual campeão da Copa do Brasil).
Para impedir que isso aconteça, o Flamengo aparece invicto, mas com um “pequeno” problema: com três empates nos últimos três compromissos.
Dessa forma, por ora, o carioca mais apto a defender o estado é o Botafogo de Caio Júnior, em plena ascensão e com os mesmos sete pontos que os outros três quarto colocados. À propósito, entre eles existe outro carioca: o Vasco. Desde já, pensando em 2012.
Jogos do sábado:
São Paulo 3 x 1 Grêmio – Morumbi, São Paulo (SP)
O São Paulo continua líder. Tudo bem, ser primeiro colocado com quatro rodadas de campeonato significa pouco. Não por isso deve-se deixar de tirar conclusões a partir daí.
O Tricolor paulista é, sim, concorrente ao caneco. E isso se deve, sobretudo, a personalidade dos garotos que tem segurado a bucha e de Carpegiani que tem confiado neles.
Os meninos de Cotia, além de tornarem esse time veloz e envolvente, conseguem, também, solucionar o principal problema da equipe: a defesa. Com as saídas de Miranda e Alex Silva, os quais, aliás, há muito não jogavam absolutamente nada, Luiz Eduardo e Bruno Uvini surgem como bons substitutos. O primeiro foi muito bem ontem, contra o Grêmio. O segundo, capitão da seleção campeã do Sul-Americano Sub-20, entrou no segundo tempo e tem futebol para ser titular. O zagueiro uruguaio Coates, de apenas 20 anos, pode ser anunciado ainda nesta semana.
No meio-campo, Wellington anulou Fábio Rochemback, e Casemiro, autor do primeiro tento, jogou mais uma bela partida, mesmo tendo feito um gol contra. Como de praxe, Lucas e Dagoberto não pararam de correr enquanto estiveram em campo e, Marlos, superando as críticas, foi o destaque individual.
É normal que um time tão jovem oscile. Até por isso, a recuperação de Luís Fabiano se faz ainda mais elementar. Rivaldo, com entendimento, pode, igualmente, ser muito importante nesse sentido.
Vasco da Gama 1 x 1 Figueirense – São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
A noite era de Juninho Pernambucano, de volta à São Januário após dez anos ausente. O jogo era apenas pretesto para que a festa acontecesse.
E essa verdade se evidenciou durante toda a partida. Não que os jogadores vascaínos quisessem ter suas faixas de campeão da Copa do Brasil carimbadas. Porém, era inevitável: as atenções estavam voltadas para fora do campo. Mais especificamente para as tribunas, onde o Reizinho, na companhia do presidente Roberto Dinaminte, torcia para o seu clube de coração.
No gramado, o que se viu nos primeiros minutos foi um Vasco contagiado pela apresentação do histórico camisa 8, atacando ferozmente a equipe do Figueirense, principalmente por meio da velocidade de Éder Luis. Foi assim que saiu o gol de Élton, e poderia ter saído tantos outros perdidos na primeira etapa.
No segundo tempo, acreditando-se que a vitória estava bem encaminhada, o trem-bala cruz-maltino parou para que seus tripulantes sonhassem com Juninho. O Figueira, com a entrada do bom atacante Héber, pouco melhor que seu adversário, se aproveitou. E Aloísio (aquele Aloísio, o Chulapa!), empatou a partida.
As poucas vaias foram encobertas pelos gritos de “é campeão” da esmagadora maioria. E é exatamente nessa levada que o Vasco, pensando na Libertadores de 2012, deve jogar o Brasileirão em 2011.
Cruzeiro 1 x 1 Santos – Arena do Jacaré, Sete Lagoas (MG)
A maior decepção até aqui. O Cruzeiro, ao lado do seu adversário de ontem, foi o time mais presente nos palpites de campeão, antes de a competição se iniciar.
Na Arena do Jacaré, os mineiros também foram soberanos, mas não souberam aproveitar a superioridade demostrada em campo e ilustrada pelas palavras de Cuca, após a partida: “chutamos 29 bolas e entrou só uma, de pênalti.”
Entretanto, não se pode pecar por precipitações. O Cruzeiro possui jogadores para sair do marasmo e logo brigar pelas primeiras posições.
Tal retomada será mais difícil caso o ótimo técnico Cuca seja acometido pelo seu principal defeito: o descontrole emocional. Ao colocar o cargo à disposição, além de se precipitar, ele maximiza uma situação que não é desesperadora.
Do outro lado, o Santos B apresenta o companheiro de ataque por qual Neymar tanto clamava: Borges, autor do gol alvinegro, e de três em dois jogos.
O Santos A, por sua vez, promete, independentemente do resultado na final da Libertadores, buscar a taça do Brasileirão. Veremos. Se depender dos garotos do Santos B, sem dúvida.
Avaí 2 x 2 América-MG – Ressacada, Florianópolis (SC)
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Jogos do domingo:
Internacional 2 x 2 Palmeiras – Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Como no primeiro embate na condição de visitante, deixou escapar o que poderia ser a vitória diante de um concorrente às primeiras posições.
Corinthians 2 x 0 Fluminense – Pacaembu, São Paulo (SP)
Liedson tanto pediu a Deus por um companheiro no ataque, que ele chegou. Willian, com personalidade proporcional a grandeza do clube que representa, veste o manto corintiano como quem vestia o do Figueirense (com todo o respeito!), na Série B do ano passado.
Foi ele o autor dos dois tentos que mantiveram o seu clube na segunda posição do campeonato. Tite, mesmo criticado, vai conseguindo suas vitórias e fazendo os igualmente questionados se destacarem. Danilo teve ótima atuação, tal como Leandro Castán e Fábio Santos foram bem novamente. Júlio César, salvando o Timão em pelo menos três oportunidades, tornou desnecessária a contratação de Renan.
Ah, o Sheik? Assim como toda a equipe, foi bem. Aliás, suas duas primeiras partidas, não poderiam ser contra outros adversários senão Flamengo e Fluminense. Hoje, por reles coincidência, ele jogou melhor que na estreia…
Na perspectiva tricolor, Abelão terá muito trabalho. O time possui excelentes nomes (Deco, Conca, Fred…), mas nenhum deles vivem uma fase positiva. As contusões também atrapalham e, Sul-Americana, deve ser o máximo que o Flu alcançará neste ano.
Bahia 1 x 1 Atlético-MG – Pituaçu, Salvador (BA)
Dois clubes que são uma incógnita neste Brasileirão. Tanto Bahia quanto Atlético, podem brigar para não caírem como podem biscoitar uma vaguinha na Sul-Americana do próximo ano.
Ambos não possuem lá grandes elencos, em contrapartida têm em seus bancos dois excelentes treinadores – Renê Simões e Dorival Júnior.
No Pituaçu, o duelo foi movimentado, com muitas chances de gol para os dois lados. O Atlético, pela pressão que exerceu sobre os tricolores na segunda etapa, até merecia sorte melhor. Todavia, não por isso os atleticanos deixaram de ter motivos para sairem sorrindo do estádio. Daniel Carvalho voltou, após longo e tenebroso inverno, a fazer um bom jogo. Se manter essa toada, é o principal reforço para esta temporada.
Atlético-GO 4 x 1 Ceará – Serra Dourada, Goiânia (GO)
Duas equipes com tendência a atacar e, automaticamente, esburacarem suas respectivas defesas. Duas equipes que alternam muito: ou goleiam ou são goleadas. Por isso, brigarão para não jogarem a Série B em 2012.
Atlético-PR 1 x 1 Flamengo – Arena da Baixada, Curitiba (PR)
O Flamengo empata a terceira seguida no campeonato. Se goleou em sua única vitória, com direito a show do “showman” – na estreia, contra o Avaí -, ontem teve sua pior atuação em quatro rodadas.
A partir da metade do primeiro tempo, foi sufocado pelo ventinho dum dos Furacões mais fracos dos últimos anos. Os rubro-negros cariocas não apresentaram nada em 90 minutos e acharam um gol com Deivid, o qual não marcava há um mês e meio.
Para ser campeão – tal como apostei antes de a competição iniciar – terá que melhorar muito. E Luxa não tem desculpa! Material humano para isso, possui. É verdade, Ronaldinho, também, tem de jogar bola antes do returno…
Botafogo 3 x 1 Coritiba – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
O Botafogo ganhou mais uma. Elkeson fez mais uma bela partida. O Mago Maicossuel marcou o primeiro tento desde o seu retorno. Aos poucos, esse time ganha um padrão de jogo e consegue ter perspectivas melhores que quando iniciou o campeonato, na derrota para o Palmeiras, na primeira rodada.
Ainda, é claro, tem muita água para passar de baixo da ponte chamada Brasileirão, mas as vindas de Elkeson e Renato tornam esse time mais criativo e, por conseguinte, competitivo. A diretoria trabalha para trazer mais gente e, sabendo da competência de Caio Júnior, o Fogo pode obter conquistas consideráveis neste campeonato.
Ontem, até quem entrou se destacou. Caso do garoto Alexsander, autor do belíssimo terceiro gol do Alvingero.
O Coxa, que não jogou mal, até por isso, deve se cuidar para não sofrer com a síndrome dos vice-campeões da Copa do Brasil. É imprescindível que acorde agora, para não acordar na Série B, no ano que vem.