Essa é a hora
Mal se iniciavam os estaduais, e eu desenhava uma charge em que Carlos Alberto pulava da nau vascaínca, enquanto Gabriel escrevia um texto cujo título era “Dinamitado”.
Nada mais normal para um clube que além de praticar um futebol horripilante, afundava em uma tremenda crise política, com o aumento da pressão da oposição (tutelada por Eurico) sobre um presidente que, por sua vez, se mostrava cada vez mais frágil e impossibilitado de exercer sua função.
Não que, quase quatro meses depois, Roberto Dinamite tenha se revelado menos incompetente.
Mas com os resultados positivos da equipe, a pressão dos “euriquistas” – por ora – perde força.
Isso, porque o prognóstico feito por nós – e por qualquer ser com um mínimo de leitura – falhou.
Roger-Chinelinho, atualmente, em grande fase no Cruzeiro, não foi trocado por Carlos Alberto, tal como Felipe Futevôlei, quase feito mágica, resolveu jogar bola.
Ricardo Gomes, por sua vez, ao contrário do que se poderia imaginar, vai muito bem, obrigado, na condição de capitão deste barco que por muito pouco não naufragou.
É verdade, também, que o elenco que PC Gusmão tinha nas mãos, com sua saída, ganhou corpo.
A chegada dos reforços Diego Souza, Bernardo, Alecsandro e Leandro, e o bom futebol apresentado pelos jovens Ramón, Rômulo e Felipe Bastos, deram outra roupagem a um time que não precisou mais contar com Márcio Careca, Jumar e Élton, ainda que os dois primeiros tenham entrado no segundo tempo de ontem, contra o Avaí.
O momento é tão positivo que até Eduardo Costa – muito seguro nos dois confrontos da semifinal – tem se destacado na proteção da cabeça de área cruz-maltina.
Ainda tem o Reizinho Juninho Pernambucano para entrar na equipe. Nílton, quando se recuperar da contusão no tornozelo, como opção para ela.
Com o detalhe de que Diego Souza, a julgar pela partidaça que fez contra o Avaí, demonstra estar empenhado em recuperar o futebol que lhe rendeu o status de estrela – em âmbito nacional.
Desde 2008, quando caiu, o Vasco não teve, de fato, um time.
Ao menos, um que fosse competitivo.
Hoje, pode ser dizer que tem.
Até onde ele poderá chegar, é difícil projetar.
Não há nada mais inconstante que o futebol.
Prova disso, é o que era o Vasco no início do ano e o que ele é hoje, antes de chegarmos ao final do primeiro semestre.
Mesmo assim, projeto: no seu limite, este grupo não conseguirá mais do que ser campeão da Copa do Brasil.
O que já está ótimo, posto que desde 2009 – ano do acesso – não há momento melhor que o atual para esquecer a trágica década passada e recomeçar.
O Vasco tem de tornar a ser grande.
Dar espaço à uma oposição que não seja Eurico Miranda maquiado, ajuda.
Voltar a disputar a Libertadores, mais ainda.