Guia do Brasileirão 2011 – Parte 1
Prepare a garganta.
Teste o seu coração.
Afine as vuvuzelas e que rujam os tambores!
Enfim, começou o que interessa.
O torneio mais disputado do globo.
E não me refiro à Copa do Mundo.
Vamos, então, à prévia da primeira metade das equipes participantes:
Estádio: Arena do Jacaré (Joaquim Henrique Nogueira)
Mascote: Coelho
Títulos brasileiros: 0
Presidente de honra (Conselho Gestor): Afonso Celso Raso (mandato até 12/2011)
Presidente do Conselho Administrativo: Marcus Salum (mandato até 12/2012)
Capitão: Irênio
Quem chegou: Glauber (M) e Kempes (A) da Portuguesa, Ânderson Cléber (Z, Santo André), Amaral (V, Cerezo Osaka-JAP), Alessandro (A, Ipatinga), Neneca (G, Santo André), Thiago Carleto (LE, São Paulo) e Rodriguinho (M, Bragantino)
Quem saiu: Euller (A, se aposentou), França (G), Fabrício (Z), Jean Batista (LE), Moisés (V), Nando (V) e Thiago Silvy (A)
Time Base (4-4-2): Flávio, Marcos Rocha, Otávio (Ânderson), Gabriel Santos e Thiago Carleto (Rodrigo); Dudu, Leandro Ferreira, Amaral e Irênio; Alessandro (Luciano ou Kempes) e Fábio Júnior.
No mesmo ano retornou à elite do futebol mineiro e, no seguinte, à do nacional. O comandante Mauro Fernades, responsável pela segunda conquista, é o símbolo desse time, além de ser o técnico que há mais tempo dirige uma equipe na primeira divisão. O quarentão Flávio, goleiro do título brasileiro do Atlético Paranaense em 2001, fez parte de todos esses acessos. Aliás, está aí outra marca dessa equipe: a experiência. Além do arqueiro, o time conta, desde o ano passado, com o “xerifão” Gabriel Santos (ex-Palmeiras), o artilheiro Fábio Júnior (ex-Cruzeiro) e o eterno ídolo Irênio. A partir desta temporada, com os reforços do Santo André, Ânderson (ex-Corinthians) e Neneca. Até pouco, ostentava outra da suas crias: o filho do vento, Euller, o qual se aposentou no início do ano.
As pretensões do América são modestas, e a disputa da Sul-Americana em 2012 valerá como taça em Ouro Preto. Mais que isso: no ano do seu centenário, jogar a Série A. Ah, lembra do técnico há mais tempo no cargo entre os times da Primeirona? Nem ele permanecerá em caso de aborto da missão. O que, diga-se, infelizmente, é bem provável.
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Mascote: Dragão
Títulos brasileiros: 0
Presidente: Valdivino de Oliveira (mandato até 12/2012)
Técnico: Paulo César Gusmão
Destaque: Márcio e Marcão
Quem chegou: Rafael (G) e Gérson (LE) do Fluminense, Leonardo (Z, Avaí), Renato Augusto (M, Vasco), Felipe Brisola (M, Anapolina) e Anselmo (A, Botafogo de Ribeirão Preto)
Quem saiu: Jairo (Z, se aposentou)
E tal fenômeno se dá, inclusive, em seu próprio estado, onde a torcida do Goiás é infinitamente maior. No âmbito estadual, decerto, essa falta de carisma se eleva com o domínio atual dos tricolores – campeões goiano e únicos representantes do estado na série A. O que, ao mesmo tempo, denota qualidade ao candidato unânime ao descenso, cujas virtudes também possui: o goleiro-ídolo-capitão Márcio que, como não poderia ser diferente, imita o goleiro-ídolo-capitão do clube que serviu de inspiração para a criação do Atlético, além de defender, faz gols em cobranças de falta e pênalti. Com Zé Ramalho e Pituca, tem um meio-campo que alia marcação forte à qualidade no passe, e, no ataque, para reforçar a dupla do ano passado, Marcão e Josiel, trouxe Felipe, do rival rebaixado.
Mesmo assim, tal qual a esmagadora maioria, não gozo de simpatia pelo Dragão, e gostaria de, em seu lugar, estar escrevendo sobre o Vitória.
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Atlético Mineiro
Estádio: Arena do Jacaré (Joaquim Henrique Nogueira)
Mascote: Galo
Títulos brasileiros: 1 (Brasileirão, em 1971)
Presidente: Alexandre Kalil (mandato até 12/2011)
Técnico: Dorival Júnior
Destaque: Guilherme
Capitão: Réver
Quem chegou: Dudu Cearense (V, Olympiakos-GRE), Marquinhos Cambalhota (A, Vengalta Sendai-JAP), Gilberto (M, Marcílio Dias) e Jonatas Obina (A, América de Teófilo Otoni)
Quem saiu: Zé Luís (V, Vitória), Rafael Jataí (V, Guarani) e Ricardinho (M)
Time Base (4-4-2): Renan Ribeiro, Patric, Réver, Leonardo Silva (Werley) e Guilherme Santos; Serginho Mineiro, Dudu Cearense (Fillipe Soutto ou Richarlyson), Renan Oliveira e Mancini; Guilherme e Magno Alves.
Ainda assim, elementar mesmo nesse time, continua sendo quem o livrou do rebaixamento no ano passado, Dorival Júnior. O problema é que, muito provavelmente, ele não irá até o final do campeonato. Melhor: se dirigir cinco partidas está de bom tamanho. São Paulo e Corinthians, insatisfeitos com seus treinadores, que o digam.
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Atlético Paranaense
Estádio: Arena da Baixada (Joaquim Américo Guimarães)
Mascote: Cartolinha
Títulos brasileiros: 1 (Brasileirão, em 2001)
Presidente: Marcos Malucelli (mandato até 12/2011)
Técnico: Adilson Batista
Destaques: Paulo Baier e Kléberson
Capitão: Paulo Baier
Fique de olho: Paulinho – Excelente lateral esquerdo, apoia tão bem quanto cruza. Desde o campeonato passado, é titular absoluto
Quem chegou: Cléber Santana (V, São Paulo), Fabrício (Z, Cruzeiro), Márcio (G, Grêmio Barueri), Marcelo Oliveira (M, Corinthians)
Quem saiu: Ivan González ([PAR] M, América-RN), Claiton (V), Alê (V), Sílvio (G), Henan Silveira (A), Wescley (A)
Time Base (4-3-1-2): Renan Rocha, Rômulo, Manoel, Rafael Santos e Paulinho; Deivid, Kléberson (Róbston ou Cléber Santana), Paulo Baier e Branquinho (Paulo Roberto); Guerrón e Adaílton (Mádson)
Ainda liderado pelo interminável Paulo Baier, maior goleador da era dos pontos corridos, a equipe perdeu jogadores importantes da campanha de 2010, cuja vaga na Libertadores deste ano quase lhe rendeu: o goleiro Neto, para Fiorentina; o zagueiro Rhodolfo, para o São Paulo; o volante Chico e o atacante Maikon Leite, para o Palmeiras (ainda no Santos, irá para o Verdão apenas em junho).
O ídolo Kléberson retornou, mas nem ele deve fazer com que o rubro-negro repita o que fez no ano passado. Deve, sim, brigar lá embaixo, provando que, na atualidade, atlético não é um bom nome para agremiações de futebol.
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Avaí
Estádio: Ressacada (Aderbal Ramos da Silva)
Mascote: Leão
Títulos brasileiros: 0
Presidente: João Nilson Zunino (mandato até 12/2003)
Técnico: Silas
Capitão: Marquinhos
Quem chegou: Fábio Santos (A, Oeste)
Quem saiu: Zé Carlos (G, Paraná) e Leonardo (Z, Avaí)
Time base (3-5-2): Renan, Cássio, Bruno Silva e Gian; George Lucas, Marcinho Guerreiro, Diogo Orlando (Acleisson ou Robinho), Juilinho e Marquinhos; Rafael Coelho (Fábio Santos) e William “Batoré”.
O elenco, hoje, é melhor que aquele cuja manutenção na primeira divisão conquistou, no ano anterior. A dupla de zaga transmite mais confiança, os laterais são mais participativos e, o ataque, igualmente mais efetivo.
As expectativas em Santa Catarina são das melhores. Todavia, não se anime tanto, Guga! Ao contrário do que projeta o presidente João Nilson Zunino, Libertadores ainda não será dessa vez. Ao menos, não pelo Brasileiro.
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Estádio: Pituaçu (Governador Roberto Santos)
Mascote: Super-Homem
Títulos brasileiros: 2 (Taça Brasil, em 1959; e Brasileirão, em 1988)
Presidente: Marcelo Guimarães Filho (mandato até 12/2011)
Técnico: René Simões
Destaques: Souza e Tressor Moreno
Capitão: Titi
Fique de olho: Ávine
Quem chegou: Jobson (A) e Fahel (V) do Botafogo, Marcelo Lomba (G, Flamengo), Diego Jussani (Z, Ponte Preta), Diones (V) e João Neto (A) do Bahia de Feira de Santana
Quem saiu: Renê (G), Luizão (Z), Ramon (M) e Robert (A)
Time Base (4-4-2): Omar, Jancarlos, Titi, Thiego (Danny Morais) e Ávine; Marcone (Boquita), Camacho, Lulinha e Tressor Moreno (Hélder); Jobson e Souza
Contudo, à medida que a bola passou a rolar em 2011, a festa dos tricolores foi se acabando. Os principais jogadores do acesso – Jael e Adriano Micheal Jackson – deixaram o clube. O título baiano, com o arquirrival Vitória na Série B do Nacional, parecia mais fácil. Não foi. Nem à final chegou e teve de presenciar seu homônimo de Feira de Santana levantando a taça.
Com uma legião de atletas oriundos do Parque São Jorge (Dodô, Boquita e Souza, além de Lulinha que estava em Portugal, mas possui gene corintiano), dando uma nova chance a Jobson e importando o colombiano Tressor Moreno, o Bahia se contentará com permanência na Primeira Divisão. Para isso, trouxe o bombeiro René Simões, acostumado a apagar incêndios na reta final.
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Estádio: Engenhão (Estádio Olímpico João Havelange)
Títulos brasileiros: 2 (Taça Brasil, em 1969; e Brasileirão, em 1995)
Presidente: Maurício Assumpção (mandato até 12/2011)
Técnico: Caio Júnior
Destaque: Loco Abreu
Fique de olho: Cidinho (M) – Jóia lapidada nas categorias de base do clube, atingiu à maioridade apenas no início deste ano e tem potencial e personalidade para biscoitar uma vaga entres os onze de Caio Júnior. Dada a escassez do plantel alvinegro, logo isso deve acontecer
Quem chegou: —
Quem saiu: Fahel (V, Bahia)
Time Base (4-4-2): Jefferson, Lucas, Fábio Ferreira, Antônio Carlos e Cortês (Márcio Azevedo), Marelo Mattos, Arévalo Rios, Éverton e Maicosuel; Herrera (Caio) e Loco Abreu
Muito pouco para quem diz que birgará pelo título, como afirma o presidente Maurício Assumpção: “Quando essa diretoria promete, ela cumpre. Quem não acreditar vai dar com os burros n’água. Temos uma base montada desde 2010”. Adendo: uma base limitada. E, por essa razão, a projeção mais provável é a do nosso colunista Gabriel Lima: “pode esperar em novembro por um gol impedido e de canela, feito por Loco Abreu, nos instantes finais da última partida do Brasileirão, salvando o Botafogo do rebaixamento”.
Não, Assumpção! Ainda, de novo, novamente, não é dessa vez, quem sabe no ano que vem. Uma pena.
Estádio: P.V. (Presidente Vargas)
Mascote: Vovô
Títulos brasileiros: 0
Presidente: Evandro Leitão (mandato até 12/2012)
Capitão: Geraldo
Quem chegou: Ânderson Luis (Z, Grêmio Barueri) e Diego Sacoman (Z, Corinthians)
Quem saiu: —
Time base: Fernando Henrique, Boiadeiro, Fabrício, Erivélton e Vicente; João Marcos, Eusébio, Thiago Humberto e Geraldo; Iarley e Osvaldo (Washington).
Portanto, tem de ir com calma e não cair no erro de achar que está “por cima da carne seca”, como aconteceu no campeonato passado, quando na virada de turno deixou a zona de Libertadores e, por isso, se viu no direito de demitir P.C. Gusmão, contratar Estevam Soares e, após seis partidas, também demiti-lo para, na noite seguinte, contratar Mário Sérgio, o qual ficou no cargo apenas até acabar a competição.
O Ceará, hoje, possui um time com mais técnica que o de 2010. Necessita, somente, ter noção de até onde pode chegar.
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Mascote: Mosqueteiro
Títulos brasileiros: 4 (Brasileirão, em 1990, 1998, 1999 e 2005)
Presidente: Andrés Navarro Sánchez (mandato até 12/2011)
Quem chegou: Adriano (A, Roma-ITA) Alex (M, Spartak de Moscou-RUS), Nenê Bonilha (V, Paulista), Weldinho (LD, Paulista), Edenílson (V, Caxias) e Émerson “Sheik” (A, Fluminense)
Quem saiu: Bruno César (M, Benfica-POR), Dentinho (A, Shakhtar Donetsk-UCR), Diego Sacoman (Z, Ceará), Marcelo Oliveira (M, Atlético-PR), e Moacir (LD) e Edno (A), até o momento, sem clube
Time base (4-3-2-1): Júlio César, Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Alex; Émerson “Sheik” (Willian), Jorge Henrique e Liédson
Para isso, depende de três fatores: da recueperação de Adriano, do respaldo da diretoria ao técnico Tite, e, sobretudo, do êxito em antecipar a janela de transferência dos jogadores que vêm da Europa.
O habilidoso e tão cobiçado Alex, ex-Spartak de Moscou (RUS), chegou. Andrés Sanchez promete trazer mais gente de fora (Seedorf, talvez?!). Com o calendário atual mantido, os reforços esperados só poderão atuar com 15 rodadas já disputadas. Até lá, não terá Imperador que dê jeito e o Corinthians permanecerá sendo um time mediano, carregado pelo único diferenciado do plantel: Liédson. Espera-se que o Sheik, dessa vez, no bonde certo, faça companhia a ele.
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Estádio: Couto Pereira (Major Antônio Couto Pereira)
Mascote: Vovô Alemão
Títulos brasileiros: 1 (Brasileirão, em 1985)
Presidente: Jair Cirino dos Santos (mandato até 12/2011)
Técnico: Marcelo Oliveira
Destaques: Marcos Aurélio e Davi
Capitão: Pereira
Fique de olho: Ânderson Aquino – É o talismã desta equipe. Sempre quando entra, deixa o seu. Portanto, adversários do Coxa, fiquem de olho nele.
Quem chegou: Gil (V, Ponte Preta), Éverton (A, Caxias) e Willian (Corinthians-PR)
Quem saiu: —
Time base (4-2-3-1): Édson Bastos, Jonas, Pereira, Émerson (Jeci) e Eltinho; Leandro Donizete, Léo Gago, Rafinha, Davi (Tcheco) e Marcos Aurélio (Ânderson Aquino); Bill.
Em 6 de dezembro de 2009, quem presenciava o campo de guerra em que se transformou o Couto Pereira no final daquela tarde de rebaixamento do Coritiba, no ano do seu centenário, jamais imaginaria que, um biênio depois, o clube se encontraria em uma situação tão oposta.
O Coxa vive uma fase maravilhosa. Na “ponta dos cascos”, com 24 vitórias seguidas, bateu o recorde do Palmeiras de 1996 (21 triunfos consecutivos), treinado por Luxa, faturou o título estadual em cima do arquirrival “com um pé nas costas”, e nem em 1985, quando foi campeão brasileiro com o time do jogo do bicho, estava tão embalado.
E tal emplogação não é à toa. A equipe é muito boa, mesmo. “Uma maquina de vitórias”, como René Simões apelidou o grupo que montou no ano passado e, neste, foi aprimorado por Marcelo Oliveira.
Segundo o vice-presidente Vilson Ribeiro, o planejamento consiste em terminar entre os seis melhores do campeonato. Muitos especialistas da bola credenciam o Coxa à vaga na Libertadores. Eu faço o mesmo. Também acredito que, em 2012, os curitibanos jogarão o principal torneio da América Latina. Mas por terem vencido a Copa do Brasil, onde, aí sim, são favoritos.
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