É campeão!
E hoje foi o Domingo das torcidas, pelos quatro cantos do país, gritarem “é campeão!”. No Rio, o Flamengo já havia gritado. No Paraná, o Coritiba. No Rio Grande do Norte o ABC e, no Ceará, o time que leva o nome do estado.
No Arrudão, diante do espetacular público de 62.243 espectadores, o Santa Cruz sagrou-se campeão pernambucano, mesmo perdendo por 1×0 para o Sport. As zebras deram o ar de sua graça na Bahia, com o homônimo de Feira de Santana do tricolor; em Santa Catarina, com a Chapecoense; e em Goiás, com o Atlético.
Vejamos, então, o que aconteceu em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul:
Santos 2 x 1 Corinthians – Vila Belmiro, Santos – SP
Por Rodolfo Costa
Em uma tarde chuvosa na Vila mais famosa do mundo, ficou provado que o Santos não é apenas o time da magia. Mas, também, do esforço, da garra e, principalmente, da vitória, dos títulos…
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Cruzeiro 2 x 0 Atlético Mineiro – Arena do Jacaré, Sete Lagoas – MG
Por Diego Carvalho
Mais do que a vitória do Atlético na ida, a traumática eliminação do Cruzeiro na Libertadores, aliada à ausência de Montillo, expulso no primeiro jogo, credenciava o time de Dorival Júnior à condição de virtual campeão. O favoritismo ruiu e, os apostadores, juntos com ele. Sem o craque argentino, quem brilhou foi Gilberto, que teve sua atuação coroada com um golaço de falta, cereja do bolo da festa cruzeirense.
A vantagem atleticana do empate desaparecia quando se olhava para o estádio. A Arena do Jacaré, devido à bisonha medida de apenas uma torcida em cada um dos confrontos, encontrava-se vestida de azul-celeste. O Cruzeiro improvisou bem nas laterias – Marquinhos Paraná e Éverton – e resolveu seus problemas: Pablo em má fase e Montillo suspenso. O Galo, em contrapartida, foi acanhado pelos pouco mais de 15 mil cruzeirenses. Ainda assim, Magno Alves, por três vezes quase os calou.
O título mineiro, embora ilusório como todos estaduais, no caso do Cruzeiro serve para que a equipe considerada, até outro dia, “a melhor do Brasil”, se enxergue novamente como tal. Time e futebol para isso, possui. Serve, também, para a permanência de Cuca, cogitado a substituir Carpegiani no São Paulo. Não serve para que o treinador entenda estar no direito de falar em “respeito ao profissional”, após a cotovelada em Renteria, na semana passada.
Do lado do Atlético, se há algo positivo na derrota, é que Dorival não se iludirá com o modesto time que dirige.
O ponto negativo?
Mais que a perda do título, a iminente perda do seu técnico para o São Paulo.
O torcedor atleticano, por sua vez, se valerá do seu poder – torcer – para que tal história se transforme em factóide, assim como foi quando Muricy deixou o Morumbi, no meio de 2009, e, no final daquele ano, Dorival se mudou para Santos. O problema será torcer em dobro, caso o Corinthians entre na parada.
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Grêmio 2 x 3 Internacional – Olímpico, Porto Alegre – RS
Por Gabriel Lima
Prenda a respiração, chê. Taí um jogo que teve de tudo.
Antes do apito inicial de Leandro Vuaden, eu, erroneamente, já dizia que o Grêmio seria campeão.
Aliás, após o primeiro gol, marcado por Lúcio em cruzamento preciso de Douglas, tive quase certeza de que o Inter estava liquidado.
Mas parece que nem só o Tricolor é imortal. O Colorado acordou. Diga-se de passagem, graças a Falcão.
Foi o técnico que teve a sacada de lançar Zé Roberto no lugar de Juan. E foi a alteração que mudou a partida.
Damião, Andrézinho e D’Ale, de pênalti, marcaram. Com quase 35 minutos no relógio, e 3 x 1 para o Inter no placar, já tinha certeza que o título ia pro Beira-Rio.
Mas me enganei de novo. Borges que, até ontem, chutava pênalti por cima de propósito, decidiu levar o jogo pros pênaltis.
Aí, na marca de cal, brilhou Victor que, cheio de marra, apontou os cantos em que Damião e Kléber chutaram e por pouco não pegou, também, as cobranças de D’Alessandro, Bolatti e Zé Roberto.
Só que Renan brilhou mais, e pegou os chutes de William, Lúcio e Adilson.
Resumo da ópera: festa colorada em pleno Olímpico lotado.
E justiça seja feita, não é errado dizer que venceu o melhor time.
O Grêmio, fora Douglas, não tem criatividade nenhuma. Os jovens que compõem a defesa batem muito e têm pouca experiência. No ataque, Júlio Viçosa é apenas uma aposta e André Lima, bem… é o André Lima.
Já o Inter, com um elenco bem mais rico, e com selecionáveis como Damião, Bollatti e Sóbis, deve dar trabalho no Brasileiro. Ainda mais com a confiança que, destruída no período pós-Mazembe, aos poucos é restaurada pelo bom trabalho de Falcão.
Ok: todo mundo queria o Gre-Nal nas quartas da Libertadores. Mas paciência. Pelo menos por essa semana, metade de Porto Alegre não vai se lembrar desse detalhe.