Ilusão
O Campeonato Brasileiro nem começou e, na Copa do Brasil, já é possível notar a ilusão proposta pelos estaduais surtindo efeito.
Palmeiras e Flamengo, ontem, confirmaram a desclassificação que tinham acertado na semana passada.
Justamente duas das melhores equipes do Paulistão e do Cariocão.
A primeira, embora nem na final tenha chegado, com a melhor defesa, liderou toda a competição e só foi perder tal posto na última rodada, para o São Paulo. A outra, por sua vez, faturou a Taça Guanabara, a Taça Rio e, por conseguinte, o título carioca sem direito à concorrente. Se não bastasse, levou os três canecos sem perder uma partida se quer.
Já que clássico – pelo seu contexto próprio – não conta, na noite da quarta-feira da semana anterior, ambos tiveram seus primeros testes contra adversários da Série-A.
Resultado: a defesa que durante todo o Paulistão só havia tomado nove gols, em um único jogo, levou seis do Coritiba, campeão paranaense. No Engenhão, o campeão carioca invicto foi derrotado pelo campeão cearense.
Moral da história: hoje, os campeonatos paranaense e cearense são mais fortes que o paulista e o carioca?
Não, claro que não.
Se em São Paulo e no Rio temos um estadual só para os grandes, nos outros centros a coisa se eleva à potências infinitamente maiores.
O que, ao mesmo tempo, não quer dizer que o Paulistão e o Cariocão são parâmetro para alguma coisa.
Que o diga a rodada de ontem da Copa do Brasil, cujos deslizes desses dois gigantes contemplou. Rodada que termina, somente, nesta noite e, aliás, não me surprenderá caso nela se classifique o vice paranaense, Atlético, e seja eliminado o vice da Taça Rio, Vasco. Mesmo o favoritaço São Paulo, líder do primeiro turno do Paulistão, vai à Ressacada com uma vantagem totalmente reversível para o Avaí, que nem às finais do Catarinese foi…
O quê?!
Então, qual é a moral da história?
Não, também não se trata dos pequenos estarem melhores que os grandes, afinal, em mata-mata tudo pode acontecer.
A moral da história é que as forças serão medidas no Brasileirão e, com exceção ao São Paulo, nenhum dos citados acima são favoritos ao caneco. Logo, os estaduais não possuem outra utilidade senão iludir as equipes para a disputa da competição mais difícil do país.
Por isso, mais do que nunca, os presidentes das federações de cada estado devem refletir acerca da existência dos estaduais.
Chegando apenas a duas soluções: ou se diminui as datas para os grandes clubes, ou joguem os estaduais quem precisa deles.
Enquanto isso não acontece, abraço a causa de Gabriel e peço: avisem-me quando Ronadinho jogar.