A obviedade da reta final dos estaduais
E começaram pra valer os estaduais pelo Brasil!
Claro, em meio à falta de organização e de uniformidade que é de praxe, cada um com sua fórmula, seja disputando quartas, semi ou final.
Mas, sim: Todos em momentos decisivos!
Contudo, emoção permaneceu sendo artigo de luxo, e a obviedade só não comeu solta onde tivemos clássicos.
Vamos, então, à análise de tais jogos:
Paulistão – Quartas de final:
Santos 1 x 0 Ponte Preta – Vila Belmiro, Santos.
“Neymar será o melhor jogador do mundo”, disse Gilson Kleina após a eliminação da sua Ponte Preta. Concordo com ele. Porém, faço um adendo: Talvez, hoje, ele só não seja porque neste mesmo mundo em que vive Neymar também vive Messi. Só por isso. Um amigo meu, no início da semana, me afirmou: Neymar está entre os três melhores do mundo. Quando, em resposta, indaguei o fato dele ser santista, retrucou: “Felipão, disse que (Neymar) está entre os cinco (melhores do mundo)”. Pois bem. Está certo que essas comparações do futebol são sempre complicada de se fazer, mas vou dar-me o direito de precipitar-me: Hoje, Neymar – melhor que Cristiano Ronaldo – só não é melhor que Messi. Ah, o jogo? Santos 1x 0, como você pode ver acima. Golaço de Neymar, como – infelizmente – aqui não se pode ver. De resto, reproduzo o meu comentário no Twitter, minutos depois do jogo: “E o Santos, na partida das quartas + propícia p/ zebra, vence a Ponte e vai às semi. Imagina como serão as restantes… Ê, Paulistão!”
Corinthians 2 x 1 Oeste de Itápolis – Pacaembu, São Paulo.
No embate seguinte, como previ (como se fosse difícil) via Twitter, deu o óbvio. Sim, as condições da partida, por conta do empate do Oeste, através de uma falha de Júlio César, tornaram-na, para o Corinthians, mais sofrível do que deveria. A verdade: o Timão foi muito melhor. Claro, ficou longe de honrar o aumentativo do nome, mas o suficiente para demonstrar sua superioridade ante o “arrumado” Oeste. Valeu, também, como mais uma – das inúmeras partidas que tivemos neste Paulistão – que evidenciam a discrepância entre paulistas e paulistanos.Uma lição a se tirar nesse confronto? Claro: Haja vista a fase de Dentinho e Jorge Henrique, Willian não poder ser reserva desse time. Liédson, ao menos, reza para que não seja.
São Paulo 2 x 0 Portuguesa – Arena Barueri, Barueri.
O São Paulo, com Luís Fabiano, possui o melhor elenco do Brasil. Com a incógnita que se transformou Ganso pós-cirurgia e pós-deslumbro com o futebol europeu, pode se aproximar do Santos enquanto equipe com maior qualidade individual. Pode, também, unir os dois, e brigar com o Cruzeiro para ser o melhor time. Como vemos, Carpegiani tem tudo para crescer com esses jogadores. Aliás, tal momento positivo do Tricolor se deve, sobretudo, a ele. Quando chegou do Atlético-PR, ou era questionado por abandonar o Furacão no meio do Brasileirão ou era visto sob suspeita pela sua primeira passagem no clube. Desde que assumiu, implantou um esquema de três zagueiros, mas que é tão ilusório quanto os estaduais, pois se trata dos mais ofensivos. Para isso, se vale de jogadores rápidos e um futebol que dá gosto de ver. Imagina quando entrat o Fabuloso nesse time? Uma pena que, no Paulistão, não poderemos ver. Até nessa, o campeonato sai perdendo…
Palmeiras 1×0 Mirassol – Pacaembu, São Paulo.
O Palmeiras ainda não é um time pronto. Quer dizer, explico: Taticamente, é. Porém, ainda sofre com uma herança maldita dos tempos de Luxa e Muricy: “os nervos à flor da pele”. Em momento algum o Palmeiras sofreu perigo. Até tomar o gol, no único ataque do Mirassol, nos minutos finais da primeira etapa. Dessa forma, entrou trémulo para o segundo tempo. Quase pôs tudo à perder. Ainda assim, com gol de Márcio Araújo, após bela jogada de Kléber, venceu. A falta de confiança ainda atrapalha. Aspecto que deve ser trabalhado caso queira birgar pelo caneco no nacional. O que não impede de afirmar que, calado, Felipão faz ótimo trabalho (transformou esses jogadores num time competitivo) e vale R$ 700 mil por mês. O melhor em campo? Valdívia, que saiu aplaudido e, enfim, decidiu um jogo, desde que retornou ao clube. Mas o que realmente importa? Ah, claro! Teremos Palmeiras x Corinthians, na semifinal!
Cariocão – Semifinal da Taça Rio
Vasco 1 x 0 Olaria – Engenhão, Rio de Janeiro.
O Vasco, no início do ano, potencial time a brigar pelo rebaixamento no Brasileiro, hoje, com Ricardo Gomes, se encontra em condição, até então, impensada. Com boas contratações efetuadas, em Bernardo (apesar do pênalti perdido) encontra a solução para o meio-campo. Ainda acredita em Diego Souza, tem Éder Luís correndo muito e, como ontem, assinalando os seus. Isso, sem falar que encontrou seu homem-gol e ainda espera pelo ídolo Juninho Pernambucano. Nas oitavas-de-final da Copa do Brasil, com um pé nas quartas, é favorito na final da Taça Rio, ante o Flamengo. Mas perâe! Vamos com calma. A exemplo de todas as partidas acima, a vitória frente o Olaria, tal como toda a boa campanha que faz na Taça Rio, não serve de parâmetro para o que lhe aguarda.
Flamengo 1 x 1 Fluminense (Nos pênaltis, Fla 4×3 Flu) – Engenhão, Rio de Janeiro.
Um dos momentos de emoção do feriado de muito futebol, não poderia ter vindo senão de um dos clássicos mais famosos do país. No Fla-Flu, sim, faltou qualidade técnica. A arbitragem, por sua vez, acompanhou essa ausência. Mas clássico que era, proporcionou momentos de incerteza, coisa rara em se tratando de estadual. Sem Léo Moura e Ronaldinho, o melhor em campo não poderia ser outro senão Thiago Neves, o qual normalmente já é o melhor quando seus dois companheiros estão em campo. Com 1×1 no tempo normal, os pênaltis foram emocionantes, precisando de 8 cobranças para um e sete para o outro, até o Flamengo assgurar a vaga à final da Taça Rio. Sorte do Flu, que poderá apenas pensar na Libertadores. Azar do Flamengo que, com um Horizonte encardido avista, ainda terá de encarar um Vasco embalado e, pelo que tem jogado, favorito.
Gaúchão – Semifinal da Taça Farroupilha
Cruzeiro 2 x 3 Grêmio – Passo D’Areia, Porto Alegre e Juventude 1 x 2 Internacional – Alfredo Jaconi, Caxias do Sul.
No sábado, sob grama sintética, tivemos emoção na disputa em que o Grêmio, para o bem do futebol, conseguiu se sair vencedor. Já o Inter – embora com um a menos a partir dos 20 min do 2º tempo – com menos emoção e dificuldades, passou pelo Juventude, em Caxias. O que importa, é que teremos Gre-Nal na final. Amém!
Mineiro – Semifinal
Cruzeiro 8 x 1 América de Teófilo Otoni
No clima de Páscoa, o Cruzeiro deu um chocolate no América de Teófilo Otoni. E nem me venha com essa de que “o adversário é bom, que na primeira fase só havia perdido para o próprio Cruzeiro…”, como amenizou Cuca. Se no Paulistão a diferença entre grandes e pequenos é absurda, o que dirá então no campeonato mineiro, em que o Cruzeiro está anos luz à frente de todos? No entanto, vale uma reflexão, quando projetamos seu futuro no Brasileirão: “Se no estadual todo mundo enfrenta time ruim, o Cruzeiro, ao menos, joga bem e goleia.” A melhor campanha na Libertadores, goleando o Estudiantes tanto na ida como na volta, talvez nos ajude nessa questão. E para não passar em branco, como joga o Montillo! Que gol foi esse que ele fez?!
América 1 x 3 Atlético – Arena do Jacaré, Sete Lagoas.
É muito bacana saber que teremos, novamente, esse clássico no Brasileirão. É muito bacana ver que no campeonato mineiro o América torna a surgir como uma terceira força, visto que por bom tempo tivemos outras equipes nessa condição, inclusive na série-A do nacional. Ainda assim, ambos estão muito distantes de serem o que já foram. Em especial, o Atlético, que foi bem mais. E, há muito, infelizmente, vive do passado.
Paranaense – Final
Atlético 0 x 3 Coritiba – Arena da Baixada, Curitiba.
O Coritiba, hoje, é melhor que o Atlético. Desfruta do esqueleto que conseguiu o acesso no ano passado, com Marcos Aurélio, ex-Santos e Furacão, jogando um bolão e com Bill terminando como artilheiro da competição. Sim, aquele Bill! Daí pode-se mensurar a qualidade do Campeonato.De maneira alguma, menosprezar o time do Coxa, que servirá como prova de fogo ao Palmeiras, na Copa do Brasil. E, no Brasileirão, tem tudo pra fazer boa campanha e figurar na zona de Sul-Americana. Afinal, ninguém se iguala à toa ao número de vitórias do Palmeiras de 1996, não?
Paraná rebaixado…
Ainda que tenhamos estaduais tão fracos, existem os grandes que conseguem tropeçar. E que tropeço! Com o empate por 2 a 2, em casa, contra o poderosíssimo Arapongas, o Paraná Clube caiu para A-2 do Paranaense. Mais do que nunca, é hora de mudar tudo e recomeçar.
Baiano – Semifinal
Bahia 0 x 1 Vitória – Estádio do Pituaçu, Salvador.
Com belíssimo público (21.458 pagantes), em repleto duelo de rivalidade e pra lá de movimentado, o Vitória saiu na frente no primeiro jogo. Uma que essa é a semifinal, só teremos mais um Ba-Vi, nesse caso Vi-Ba, pois o mando é rubro-negro, e depois na final, retornam as obviedades…
Bom, essa foi a rodada pascal dos estaduais pelo Brasil. Como se viu, com alguns lampejos de emoção meio a tanta obviedade.
Então, vamos encerrar por aqui e aguardar para que os clássicos, por todos os estados, dêem o ar de sua graça!
Que venha o Dérbi, o San-São, o Gre-Nal, mais um Ba-Vi… Até que enfim!