Saldo dos estaduais: uma ilusão para o Brasil
Enfim, acaba a desconexa primeira fase do Paulistinha.
Como já se previa antes mesmo do seu início, os quatro gigantes do futebol paulista se classificaram com um pé nas costas para a “fase de mata” (ou, a julgar pelo seu regulamento, “de matar”).
O Palmeiras, mesmo com toda sua limitação, liderou a todo o momento. Até o final desta tarde, havia perdido apenas o clássico contra o Corinthians (por que será?) e, por conta dos suplentes que (com razão) colocou para jogar contra a Ponte, entregou a primeira colocação de bandeja para o São Paulo.
Algum problema nisso?
Não! Felipão mesmo, antes de iniciar a peleja em Campinas, havia avisado que não tinha. O Verdão, tal qual fosse lider, jogará no Pacaembu que não é sua casa. Ante o Mirassol, enfrentará um adversário ainda mais fácil do que os previstos caso terminasse em 1º – São Caetano, Paulista e Portuguesa. Aliás, talvez deva comemorar esse feito.
O que não faz, também, com que R. Ceni – como em Oeste demonstrou ao descobrir o seu futuro adversário – tenha de temer a Portuguesa. É claro que tal disputa, assim como o embate entre Santos e Ponte Preta, é diferente quando se pensa na história que possui o duelo. Todavia, é igualmente verídico o enorme abismo que separa ambas as agremiações e torna esse clássico dos anos 70/80 uma partida como outra qualquer.
O Santos, com o time reserva, enfiou três no Paulista que, ao menos em tese, tinha mais motivos para se esforçar na Vila. O Corinthians, por sua vez, graças à anistia que permitiu o brilho de Paulo André, Moradei, Bruno César e Edno, ganhou com facilidade do Santo André e terminou em terceiro. O Ramalhão, vice-campeão do ano passado, neste, foi rebaixado…
Isso sem falar na Lusa que, como no último post alertei, se classificou “sem querer”.
No Rio, mais precipítações. O Vasco que, com a vinda de Bernardo, Alecsandro e Diego Souza, demonstra evolução, não pode se enganar pelo fato de se classificar para a fase final da Taça Rio. Coisa que, cá entre nós, é obrigação e só evidencia o quão mal estava a equipe. O Fla, pouco melhor, não pode amparar-se em êxitos no Cariocão.
Já o Flu deve se lembrar que o time cuja classificação às finais do Estadual muito comemorou, é o mesmo que está eliminado na Liberta. E o Botafogo, este, então, fora de tal fase, precisa se remodelar para o Brasileiro. Antes, rezar para não ser desclassificado na Copa do Brasil.
No sul, Grêmio e Inter treinam para as oitavas da Liberta. Ainda assim, hoje, o Tricolor – tal como na decisão do primeiro turno – só foi vencer nos pênaltis, dessa vez frente o imponente Ypiranga. Próxima parada, o Cruzeiro que, por razões óbvias, não é o de Minas.
Por falar na terra do pão de queijo, lá, a mesma equipe que ganha de 7 do poderosíssimo América de Teófilo Otoni, no meio de semana foi eliminada por um dos rebaixados do Paulistinha.
Saldo final: ilusão em doses cavalares para os clubes que terão um longo e árduo Brasileirão pela frente.
E, como disse Felipão, momentos depois da derrota para a Ponte: “Neste momento, não adianta falar porcaria da federação. Os presidentes não concordaram? Todo mundo que cale a boca e jogue”.
Agora, também, cabe o aprendizado para que, numa próxima oportunidade, eles, os empregados, reclamem com os seus empregadores.