Majestoso no ibope
Dentro de campo, a batalha acabou – dessa vez com final feliz para o lado Tricolor.
Se engana, porém, quem pensa que a guerra chegou ao final.
Foi só o juiz apitar o fim do Majestoso e a peleja midiática entre São Paulo e Corinthians exibiu seus mais novos capítulos.
De um lado, Juvenal Juvêncio já disparava pra todos os lados os mais diversos projetos de marketing da marca “Rogério100”, ao mesmo tempo em que anunciava a festa da chegada de Luís Fabiano, paga com a venda do jovem Lucas (16) para o Chelsea, e que deve ter portões abertos hoje à tarde.
Enquanto isso, do lado alvi-negro do clássico, Andrés Sánchez já exibia orgulhoso seu mais novo garoto-notícia: o Imperador Adriano, que deve ser apresentado à Fiel em plena Praça da Independência. Ainda vale lembrar que, segundo o presidente do Timão, o auê só não vai acontecer hoje porque “não seria justo com o São Paulo”.
E, mais uma vez, se engana quem pensa que a briga pela atenção da mídia vai parar por aí.
O Corinthians já tirou o Morumbi da Copa, já demoliu o Clube dos 13, já fechou um contrato milionário com a Globo, além de um dos maiores patrocínios do mundo.
Do outro lado, Juvenal, em contra-ataque, já anunciou balanço de faturamento ligeiramente maior do que o do time do Parque São Jorge.
Enfim, a novela vai continuar pelo menos até que um dos presidentes seja substituído por alguém mais inteligente. E ao que tudo indica isso não vai acontecer tão cedo.
Todo mundo já sabe da ditadura que Juvêncio pretende instaurar no Morumbi. E se Andrés Sánchez é um pouco mais, digamos, “democrático”, é inocência pensar que seu sucessor não levará a ferro e fogo a política do faturamento a qualquer custo.
E aí eu me pego pensando: quem será que ganha com tudo isso?
Clubes dependem uns dos outros. Ligas de um só time já provaram sua ineficácia e a Argentina, que até uns anos atrás só tinha o Boca Juniors, está aí para não me deixar mentir.
Por isso digo que Andrés Sánchez é muito burro, assim como a deputada tucana Patrícia Amorim. De que adianta criar um Brasileirão só para Corinthians e Flamengo?
Já não são mais necessários balanços para provar o quanto os clubes ganhariam a mais, se negociassem juntos com a TV.
Só que Sánchez, Patrícia e todo o resto do C-13 decidiram fazer o jogo que a Globo queria: negociar cada um por si, deixando quem pode lucrar muito, enquanto os outros (Palmeiras, Vasco, etc) lucram bem menos do que poderiam. E aí, quem lucra MESMO é a GloboSat, que paga pouco e ganha muito.
Sim, porque agora a Globo também escala time. Ou você acha que o Corinthians comprou o problema de Adriano por algum motivo que não tenha a ver com aparecer na TV?
É, caro leitor: a máxima de “dividir pra governar” ainda funciona perfeitamente. Ainda mais quando a resistência à dominação aceita o cavalo de Tróia disfarçado de Taça das Bolinhas.
E, a essa hora, alguém na Avenida Roberto Marinho deve estar dando muita risada disso tudo, se é que você me entende.