Bola no chão, meu filho!
A nova onda do Futeboteco é o Twitter. E foi por meio dele que eu avisei: ontem, para o Fluminense, era ganhar ou ganhar.
Pois bem: não só o Tricolor não ganhou, como jogou de forma preocupante.
“Mas é só o primeiro jogo”, você pode estar pensando. E é justamente esse o problema.
O Flu caiu no grupo da morte da Libertadores, apesar de ter sido o campeão nacional.
Além do Argentino Juniors, primeiro oponente da competição, Muricy e seus comandados ainda vão encarar o forte América do México e o tradicional (e não menos forte) Nacional de Montevideo.
Nesse sentido, no jogo de ontem, os três pontos eram obrigatórios, ainda mais sendo no Engenhão.
Daí, me vem a dupla André Luís (1,92) e Gum (1,89) e assiste o time tomar dois gols de cabeça de um atacante que mede 1,62. Isso lá é coisa que se faça?
E tem mais: o Flu só chegou ao empate graças a dois gols de Rafael Moura de cabeça, sendo um deles em falha da zaga adversária. Quando essa é a solução, quer dizer que o problema é sério, principalmente sabendo que o técnico é Muricy Ramalho.
Veja bem, não estou dizendo que Muricy é ruim, e que isso fique bem claro.
Ele é um vencedor e vence até quando não tem condições para tal, como em 2008, quando foi campeão brasileiro tendo Hugo e Borges no comando de ataque.
O problema é que Muricy comprou um estilo de jogo que não vai levar o Flu, com Conca e Fred, a lugar nenhum.
Vou tentar me explicar.
Li, recentemente, uma ótima coluna do Tostão sobre o estilo de jogar do Barcelona, onde o colunista dizia que o time catalão é um dos únicos do mundo que não cruza para a área com a finalidade de se livrar da bola.
É a pura verdade. Todos os outros fazem isso. Os times de Muricy não me deixam mentir.
Se você viu o São Paulo de 2008 (aquele que tinha Hugo e Borges) jogar, deve se lembrar que, quando o jogo não engatava (coisa que era frequente), quem desafogava era Jorge Wagner, com seus cruzamentos da intermediária.
Uma hora, a defesa rival falhava e a bola entrava.
Ontem, o Fluminense jogou assim. A diferença é que, ao invés de Jorge Wagner, cruzavam Mariano e Carlinhos, e quem cabeceava, ao invés de Hugo e Borges, era Rafael Moura. Até contra o Goiás, no último jogo do Brasileirão-2010, foi assim.
Minha opinião a esse respeito é simples.
Essa tática não vai levar o Flu a lugar nenhum, ainda mais contra times tecnicamente inferiores, como o Argentino Juniors e muitos outros continentes a fora. Tudo que essas equipes querem é que a bola não corra.
Por isso eu digo: o Flu tem que pôr a pelota no chão e deixar Conca e Fred brilharem.
Que Muricy perceba isso logo, porque mais uma bobeada dessas pode custar um semestre inteiro.