O que é isso, mosqueteiro?
“O importante é o Corinthians disputar a Libertadores todo ano”.
A frase acima é de Andrés Sánchez, o homem cujo ideal de bom presidente é “alguém que não roube muito”.
Bom, todo mundo, a essa altura, já sabe o quanto eu odeio concordar com ele. Acontece que a culpa não é minha se, em meio à loucura do centenário, o cara conseguiu ter um rasgo de lucidez.
Veja bem. O Corinthians é um dos dois maiores clubes do Brasil no quesito “potencial de marketing”, certo? E a Libertadores, dentre os torneios que podem ser disputados por um clube brasileiro, é o que oferece maior visibilidade, certo?
É isso. Corinthians e Libertadores é um casamento que pode significar muito dinheiro, razão pela qual Sánchez tem razão ao achar que um ano sem disputar a taça seria uma lástima para o Timão. Mas tem mais.
Contra o glorioso Tolima, ficou evidente que, por melhor treinado que estivesse, o Corinthians tinha algo que o Grêmio, por exemplo, não tinha: medo. E a melhor forma de perder o medo de dançar é indo muitas vezes ao baile.
Muito bem. Agora vá convencer o corintiano disso. Vá dizer a um alvi-negro rouxo que o importante não é ganhar, mas competir.
A questão é complicada. Corinthians na Libertadores já virou uma coisa tão folclórica quanto a fila do Palmeiras, a torcida do Santos, ou o apelido de bambi do São Paulo.
Além disso, é difícil imaginar que não passe na cabeça dos jogadores mosqueteiros, ao menos por um segundo, o filme da eliminação de 2007, diante do River Plate.
Tá bom, não sejamos dramáticos. O Timão ainda tem chances, e boas, de fazer, na Colômbia, o que não fez no Pacaembu – até porque o adversário é inferior.
Mas, com mais da metade da vaca já ida pro brejo, será que não vale a pena Sánchez tomar algumas providências para evitar que o Corinthians vire aquele tio que vai em todos os churrascos, mas não ganha um jogo?
Eu dou algumas sugestões.
Uma: contratar um técnico que fale português e que, de preferência, já tenha ganho algum título de expressão.
Duas: contratar um centro-avante que se preocupe mais com o que acontece em campo do que fora dele.
Três: contratar um psicólogo. Quem sabe não dá, de quebra, um jeito na diretoria?
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Que é isso, mosqueteiro? – 2
Contra o Liverpool, que não é o de Anfield Road, o Grêmio conseguia um ótimo resultado. Pelo menos até Guevara revolucionar e fazer, de cabeça, aos 26 do segundo tempo.
Trocadilhos a parte, e falando em contratar, é bom o Grêmio se mexer, porque a arrogância de Renato Gaúcho é mortal. Pergunte a um torcedor do Fluminense.